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24/03/14

quando o PM era um companheiro..

______________ saudades de um tempo em que a vontade popular contava ..
«Canção de Carlos Alberto Moniz e de Maria do Âmparo, dedicada ao General Vasco Gonçalves, primeiro ministro de Portugal em 1974 e 1975, nos II, III, IV e V Governos Provisórios»:

09/04/13

what keeps mankind alive

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retirado da pg facebook do escritor Mário de Carvalho, o comentário:

«uma admirável interpretação de Tom Waits, com letra em inglês, de WHAT KEEPS MANKIND ALIVE , de Kurt Weil / Bertold Brecht, "A Ópera dos três vinténs" »
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08/03/13

Mulher

da Wikpedia, um artigo muito completo:

Mª Fonte- jd. Teófilo Braga, Lx
Maria da Fonte, ou Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846 contra o governo cartista presidido por António Bernardo da Costa Cabral.
A revolta resultou das tensões sociais remanescentes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado pelas novas leis que se lhe seguiram de recrutamento militar, por alterações fiscais e pela proibição de realizar enterros dentro de igrejas.
Iniciou-se na zona de Póvoa de Lanhoso (Minho) por uma sublevação popular que se foi progressivamente estendendo a todo o norte de Portugal. A instigadora dos motins iniciais terá sido uma mulher do povo chamada Maria, natural da freguesia de Fontarcada, que por isso ficaria conhecida pela alcunha de Maria da Fonte.  

Como a fase inicial do movimento insurreccional teve uma forte componente feminina, acabou por ser esse o nome dado à revolta.  --- ler mais

*
Durante a Revolução da Maria da Fonte, o maestro Ângelo Frondini compôs um hino popular conhecido por Maria da Fonte ou Hino do Minho, que continua a ser a música com que se saúdam os ministros portugueses, sendo utilizado em cerimónias civis e militares. -- fonte
  
Hino da Maria da Fonte: música: Angelo Frondoni (1812-1891) 
letra: Paulo Midosi (1821-1888)
voz: Vitorino

A letra de Paulo Midosi Júnior (ele próprio muito confundido na internet..) foi sofrendo variações ao longo dos tempos; tantas, que não é fácil perceber-se qual a original (na web, os mesmos sítios que a publicam apontam depois para uma versão cantada que é diferente..). Também a Maria da Fonte (que poderão ter sido muitas Marias!) se transformou numa personagem mais ou menos nebulosa da história portuguesa, havendo várias versões, muitas delas contraditórias. Na pesquisa, aprendi, pelo menos, duas coisas:
- a revolução da Maria da Fonte vai muito além de uma questiúncula sobre onde enterrar os mortos (o que me ficou do que me foi ensinado no liceu) .. 
- houve em Portugal, em 1822, uma Constituição revolucionária que «marcou uma tentativa de pôr fim ao absolutismo».. Ainda assim, com dois "pecados capitais": não permitia a liberdade de culto religioso; vedava o direito de voto (para eleição dos parlamentares) às mulheres, entre outros descriminados.
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da Wikipedia,
A Constituição portuguesa de 1822 foi resultado dos trabalhos das Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa de 1821-1822, eleitas pelo conjunto da Nação Portuguesa - a primeira experiência parlamentar em Portugal, nascida na sequência da revolução liberal de 24 de Agosto de 1820, no Porto. -- ler mais
Cartismo é a designação que se deu em Portugal à tendência mais conservadora do liberalismo surgido após a revolução de 1820, centrada em torno da Carta Constitucional de 1826, outorgada por D. Pedro IV numa tentativa de reduzir os conflitos abertos pela revolução, dado o seu carácter menos radicalizante do que a Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1822.    -- ler mais
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As sete Mulheres do Minho, de Zeca Afonso,
cantada por Faltriqueira e Dulce Pontes 
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da Biblioteca Nacional, aqui:
AUTOR(ES): Frondoni, Angelo, 1812-1891; Midosi Júnior, Paulo, 1821-1888, co-autor; Casa Moreira de Sá (Editores de música), ed. com. 
TÍT. UNIF.: Hino do Minho, V, pf 
ASSUNTOS: Hinos políticos -- [Música impressa] ; Música para canto e piano -- Séc. 19 

do Dicionário Histórico de Portugal, aqui :
Camilo Castelo Branco escreveu um livro com o título Maria da Fonte, que trata minuciosamente deste assunto. 
São também interessantes os Apontamentos para a historia da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte, pelo padre Casimiro. 
Na Biblioteca do Povo e das Escolas, o n.º 167 é a história da Revolução da Maria da Fonte, pelo Sr. João Augusto Marques Gomes. 
Um dos primeiros trabalhos do romancista Sr. Rocha Martins intitula-se Maria da Fonte.
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29/01/13

foi de noite, numa noite ..



Abandono / Fado de Peniche - Amália Rodrigues 
letra de David Mourão Ferreira 

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Poema sobre os presos políticos de Peniche durante a ditadura fascista de Salazar

23/12/12

JOSÉ DIAS COELHO, homenagem

José Dias Coelho
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JOSÉ DIAS COELHO, O CHE GUEVARA PORTUGUÊS! 

19.12.2005 |
Fonte
José Dias Coelho é um ícone do comunismo e da resistência antifascista em Portugal, evocado em poesia e música. Um grande activista estudantil. Um jovem artista plástico de talento que abdicou de uma promissora carreira para se dedicar de corpo inteiro à luta pela liberdade e pelo socialismo. Um dirigente comunista clandestino que foi assassinado a tiro pela polícia política, em pleno dia, numa rua de Lisboa – a 19 de Dezembro de 1961 .
(...)
A par de toda a sua actividade política, Dias Coelho dedicava-se também com afinco e talento à criação artística e a iniciativas culturais. Foi por, exemplo, um dos organizadores das Exposições Gerais de Artes Plásticas promovidas pela Sociedade Nacional de Belas Artes. - ler mais sobre a entrevista com Júlia Coutinho, investigadora que está a preparar uma biografia de José Dias Coelho - aqui
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Presos Políticos- gravura de JDC, retirada daqui
Ainda muito jovem, José Dias Coelho aderiu à Frente Académica Antifascista, e mais tarde, ao MUD Juvenil, em 1946. Foi aluno da Escola de Belas Artes de Lisboa onde entrou em 1942. Frequentou primeiro o curso de Arquitectura, que abandonou, para frequentar o de Escultura.
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Participante em várias lutas estudantis em 1947, aderiu de seguida ao Partido Comunista Português e, em 1949, foi detido pela PIDE depois de participar na campanha presidencial de Norton de Matos. Em 1952, expulso da Escola Superior de Belas Artes e impedido de ingressar em qualquer faculdade do país, é também demitido do lugar de professor do Ensino Técnico. (...)  
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Em 1959 entra para a clandestinidade, ao mesmo tempo que exercia funções no PCP, com o objectivo de criar uma oficina de falsificação de documentos para dar cobertura às actividades dos militantes clandestinos. Exercia esta actividade na altura do seu assassinato pela PIDE, em 19 de Dezembro de 1961, na Rua da Creche, que hoje tem o seu nome, junto ao Largo do Calvário, em Lisboa
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O assassinato levou o cantor Zeca Afonso a escrever e dedicar-lhe a música A morte saiu à rua. Da sua vida pessoal há ainda a salientar a sua relação com a também artista plástica, Margarida Tengarinha. -- fonte

por Zeca Afonso, A Morte Saiu à Rua:

...
É pai de Teresa Dias Coelho, também pintora.

Escultor, desenhador, pintor, José Dias Coelho (Pinhel, 19 de Junho de 1923 — Lisboa, 19 de Dezembro de 1961) viveu e morreu por uma causa que inviabilizou o desenvolvimento pleno da sua produção artística, afinal voluntária e conscientemente interrompida em nome de um imperativo político: a liberdade. - ver aqui

JOSÉ DIAS COELHO em Vidas Lusófonas:
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«Muito te doía o sofrimento do próximo. Não foi por acaso que fizeste o retrato da Catarina Eufémia, aquela ceifeira grávida, com um filho de oito meses ao colo, e mesmo assim fuzilada, nas terras de Baleizão, pelo Tenente Carrajola da GNR. Ainda te ouço a dizer: - "Das sementes lançadas à terra, é do sangue dos mártires que nascem as mais copiosas searas".» -- ler mais aqui


Discurso Tardio à Memória de José Dias Coelho

Éramos jovens: falávamos do âmbar
Morte de Catarina Eufémia, desenho de J. Dias Coelho
ou dos minúsculos veios de sol espesso
onde começa o vero; e sabíamos
como a música sobe às torres do trigo.

Sem vocação para a morte, víamos passar os barcos,
desatando um a um os nós do silêncio.
Pegavas num fruto: eis o espaço ardente
de ventre, espaço denso, redondo maduro,

dizias; espaço diurno onde o rumor
do sangue é um rumor de ave –
repara como voa, e poisa nos ombros
da Catarina que não cessam de matar.

Sem vocação para a morte, dizíamos. Também
ela, também ela a não tinha. Na planície
branca era uma fonte: em si trazia
um coração inclinado para a semente do fogo.

Morre-se de ter uns olhos de cristal, 
morre-se de ter um corpo, quando subitamente 
uma bala descobre a juventude 
da nossa carne acesa até aos lábios. 

Catarina, ou José – o que é um nome?
Que nome nos impede de morrer,
quando se beija a terra devagar
ou uma criança trazida pela brisa?

Eugénio de Andrade
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José Cardoso Pires sobre José Dias Coelho - aqui 
 .

29/11/12

the long run

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"The Long Run" é o primeiro single a ser extraído do álbum Songs (2004 - 2012). 
Este tema conta com a soberba interpretação de Joan as Police Woman.

25/10/12

aos canalhas - os de então e os de agora

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Passos Coelho, sem tirar nem pôr!
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 . 

Como Se Faz Um Canalha 

Conheci-te ainda moço
Ou como tal eu te via
Habitavas o Procópio
Ias ao Napoleão

Mas ninguém sabia ao certo
Como se faz um canalha
Se a memória me não falha
Tinhas o mundo na mão

Alguma gente enganaste
A fé da muita amizade
Tem também as suas falhas
Hoje fazes alianças

A bem da Santa União
Em abono da verdade
A tua Universidade
Tem mesmo um nome: Traição

Um social-democrata
Não foge ao Grão-Timoneiro
Basta citar o paleio
Do major psicopata

Já são tantos namorados
Só falta o Holden Roberto
Devagar se vai ao longe
Nunca te vimos tão perto

Nunca te vimos tão longe
Daquilo que tens pregado
Nunca te vimos tão fora
Da vida do Zé Soldado

Ninguém mais te peça meças
No folgor dos gabinetes
Hás-de acabar às avessas
Barricado até aos dentes

És um produto de sala
Rasputim cá dos Cabrais
Estás sempre em traje de gala
A brincar aos carnavais

Nos anais do mundanismo
A nossa história recente
Falará com saudosismo
Dum grande Lugar-Tenente

São tudo favas-contadas
No país da verborreia
Uma brilhante carreira
Dá produto todo o ano

Digamos pra ser exacto
Assim se faz um canalha
Se a memória não me falha
Já te mandei pró Caetano


Letra e Música: José Afonso Álbum: Com As Minhas Tamanquinhas (1976) Letra retirada de http://www.aja.pt/discografia.htm

05/10/12

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Nina Simone, 1969 : revolution

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porque



de Sophia de Mello Breyner, com Francisco Fanhais:
PORQUE

  
 .
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não. 

Sophia de Mello Breyner Andresen