de Max Ernst, Antipope * |
Tenho vergonha do governo do meu país, do presidente desta república.
Por enquanto ainda há transportes públicos no meu país. Ainda há escolas públicas, hospitais. Por enquanto.
Oiço passar as camionetas do lixo lá em baixo e congratulo-me com esse ruído incómodo, há sítios no mundo em que os detritos se acumulam nos passeios e nas ruas e ninguém aparece para apanhá-los. Só cães que os revolvam, ou vacas. Por enquanto ainda há serviços públicos no meu país. Por enquanto ..
Sou grega, na ilusão que ainda tenho de que as pessoas, os povos todos desses mundo inteiro se levantarão um dia, indignados como só podemos estar todos. Mas quem lhes deu o direito, a esses emproados de merda, a decidir por nós? Quem lhes disse, a eles, que não há Alternativa? Que temos todos de aceitar e vergar e aguentar? Quem lhes disse a eles? E que mães falharam na sua educação? Neste desrespeito por tudo, por todos? Nesta desumanização? Um dia havemos de acordar, sou grega! Um dia havemos de dizer basta!, havemos!, sou grega!
Sou grega e torço pelos gregos que tiveram a ousadia de votar Syriza. Sou grega como já fui charlie. Sou grega naquilo que da esperança encontro em mim. Ainda ... E da dignidade.
29 de Junho, 2015
Krugman apela ao 'Não' no referendo grego
O Prémio Nobel da Economia manifesta o seu apoio ao governo grego e esclarece que votaria 'Não' no referendo de dia 5 de julho. Paul Krugman considera que os governos credores e as instituições europeias têm cometido “um ato de loucura monstruosa” ao empurrarem a Grécia até este ponto.
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O ataque da Europa à democracia gregapor Joseph StiglitzDevemos ser claros: quase nenhum do enorme manancial de dinheiro emprestado à Grécia foi verdadeiramente para lá. Foi canalizado para pagar aos credores do setor privado – incluindo bancos alemães e franceses. O que a Grécia obteve foi uma ninharia, mas pagou um elevado preço para preservar os sistemas bancários desses países. Artigo de Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia.(...)Claro, a política económica por detrás do programa que a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) tem impingido à Grécia há cinco anos tem sido abismal, resultando num declínio de 25% do PIB do país. Não consigo pensar em nenhuma depressão que alguma vez tenha sido tão deliberada e que tenha tido tais consequências catastróficas: a taxa de desemprego entre os jovens da Grécia, por exemplo, já ultrapassa os 60%. É surpreendente que a troika se tenha recusado a aceitar a responsabilidade por alguma coisa destas ou admitir o quão maus tenham sido as suas previsões e modelos. Mas, o que é ainda mais surpreendente é que os líderes europeus não tenham sequer aprendido. A troika ainda exige que a Grécia alcance um excedente orçamental primário (excluindo o pagamento de juros) de 3,5% do PIB em 2018. Economistas de todo o mundo condenaram essa meta como punitiva, porque exigi-la resultará inevitavelmente numa recessão mais profunda. Na verdade, mesmo que a dívida da Grécia seja reestruturada para além de qualquer coisa imaginável, o país permanecerá em depressão se os eleitores se comprometerem com a meta da troika no referendo, a ser realizado sob pressão este fim de semana.artigo completo aqui
* Antipope: a false claimant of the Holy See in opposition to a pontiff canonically elected
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