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16/06/13

A VELHA TOLICE E O DIZ-QUE-DISSE

um fantástico texto, lúcido e dorido, um apelo e um alerta aos professores..

por Luís Costa

Se necessário fosse, os últimos dias seriam esclarecedores quanto à força social que nós, os professores, temos atualmente. Nenhum partido do dito arco da governação veio a terreiro para nos apoiar. Só os “mais pequenos” o fizeram e de forma bem explícita. Há, de facto, um pacto tácito relativamente à Educação, e não é, por certo, aquele que mais favorece a Escola Pública.

O Partido Socialista, que tem tentado passar entre os pingos de chuva, forçado pelas circunstâncias, lá acabou por dar a cara: a de António José Seguro, anémica de todo, e a de Francisco Assis, com vermelhão próprio de quem deu de beber ao seu alter ego. O homem soltou a língua para dizer que considera ignóbil a convocação da greve para um dia de exames. Não o fez por menos o destacado militante do PS:”IGNÓBIL”.
Não é absolutamente desprezível este tipo de declarações contra os professores. Longe disso, não só pela ofensa que encerram, como pelo que revelam do nosso estatuto. A facilidade, a ligeireza, a soltura e o desprendimento com que muitas com que muitas “entidades” se nos dirigem mostram bem a importância que nos dão, que é a mesma que dão à Escola Pública; mostram quão irrelevantes nos consideram neste xadrez sociopolítico; mostram também que nada receiam da nossa luta. Para “eles”, ela não passa do estrebuchar de condenados sem remissão. Cabe-nos a nós, portanto, contrariar estas expectativas. Seremos capazes?

Os nossos sindicatos, que começaram com grito uníssono imediatamente ouvido e seguido, deixaram-se — apesar da união apresentada ontem nos Restauradores — cair novamente na estratégia da “ronda negocial”; deixaram-se arrastar, novamente, para o “diz-que-disse” póstumo; permitiram que o ministro e seus secretários pudessem compor feições mais sorridentes e um brilhozinho nos dentes aqui e ali. Quem prometeu que não se volta a portar mal?

Chegados a este ponto, ou seguimos em frente, até ao fim, ou resvalamos para sarjeta, levando connosco o futuro dos pequenos deste país.

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