A nova ordem chegou em força à Europa
Por António Ribeiro Ferreira, publicado em 28 Out 2011
Grécia vai ser governada pelo directório alemão. Os outros países vão já a seguir
-- o artigo está aqui ; transcrevo parte do último parágrafo:
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« ... Pobres almas sonhadoras. A bem ou mal, neste caso será a mal, vão finalmente perceber que o que tem de ser tem muita força e essas histórias de soberanias e democracias já conheceram melhores dias. Agora o que vale é a nova ordem imposta por Berlim. E a alternativa para quem não cumprir as ordens é a nomeação de uma comissão permanente que virá rapidamente e em força pôr na ordem quem não tem dinheiro para vícios democráticos.»
« ... Pobres almas sonhadoras. A bem ou mal, neste caso será a mal, vão finalmente perceber que o que tem de ser tem muita força e essas histórias de soberanias e democracias já conheceram melhores dias. Agora o que vale é a nova ordem imposta por Berlim. E a alternativa para quem não cumprir as ordens é a nomeação de uma comissão permanente que virá rapidamente e em força pôr na ordem quem não tem dinheiro para vícios democráticos.»
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"Vícios democráticos" - ora aqui está o que se me afigura imensamente contestável, para além de uma contradição!
presupostos (meus, claro..) :
1. O nosso sistema político é uma "democracia amputada" (JS), uma "falsa democracia" (SC), uma "tirania da maioria" .
é o q temos, e NÃO É democracia!
2. O sistema político português tem vícios, sim, e muitos, mas não são democráticos! Antes produtos de ganância, corrupção, compadrios, desonestidade. Um vício é, por definição, uma coisa negativa; não pode / não deve aplicar-se a campos consignados na Declaração Universal dos Direitos do Homem, como os que parece sugerir o autor do artigo!
E é precisamente essa a confusão instalada: é que não são os gregos, não são os portugueses comuns - que têm os ditos 'vícios' !
Não foi o povo grego, como não foi o povo português, que contraiu as dívidas que (n)os levaram à banca rota, que tomou medidas de protecção do capital ou de enriquecimento das elites políticas e financeiras à custa do erário público e além!
Não são os gregos, os portugueses 'em si', que continuam a esbanjar, a manter programas e apoios e cargos e empresas de seriedade/necessidade mais-que-duvidosa!
- O despesismo, a falácia, a trafulhice das 'Novas Oportunidades', foi objecto de investigação, de ruptura? Não foi.
- Os milhares de carros para serviço de políticos foram vendidos, os 'n' consultores de imagem e demais assessores dispensados? Não foram, nem uns, nem outros.
- Extintos os 'jobs for the boys'? Qual quê!
- Ajustadas contas aos magalhães, à Parque Escolar? Oh, por quem sois!!
- Presos os reconhecidos responsáveis pelo descalabro do BPN, mais os gestores de más políticas, confiscados os seus bens? Nunca, jamais, em tempo algum!
- Julgados e condenados os maus ministros, os 1ºs. e os outros? - alô MLR! - Todos mas é muiiito bem instalados na vida, promovidos por incompetência e péssimos serviços à nação!
Ora então ... ? Democracia, isto? Soberania destas para quê, para quem?
Fossem a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu mais o FMI, fosse a Angela Merkl, 'pessoa de bem' (hélas, não me parece que o sejam, nenhum deles!).. Viessem eles puxar as orelhas a este governo .. Impusessem eles moralidade ou, pelo menos, a equidade nos cortes, nas medidas de austeridade .. Derretessem eles, definitivamente, a gordura-verdadeiramente-gorda do estado, aquela que a gula e o apetite insaciável dos zzznossosarghhh governantes e públicos gestores indevidamente acumula(ra)m ..
.. e eu acolhia de braços abertos quantas comissões viessem!
- É que eu não sou da mesma laia dos senhores Passos Coelho, José Sócrates, Cavaco Silva, Durão Barroso!
- Eu não quero ser confundida com eles!!
boneco do Kaos - Eu sou portuguesa. Eles bem podem ser apátridas nos seus globais desígnios, no seu interesse-sem-fronteiras.
- Eles não são democratas!
- Eles pedem-me sacrifícios, mas não os fazem!
- Eles enriqueceram e enriquecem, eu empobreço de ano para ano!
- Eles vivem em Paris à custa do dinheiro que me roubaram, da minha carreira congelada!
- Eles entretêm-se em visitas ao ami Sarkozy, à Freundin Merkl, ao mano Durão!
- Eles levam séquitos desmesurados e congratulam-se com a felicidade das vacas!
- Eles protegem-se entre si, Opus Deis e Maçonarias e Bilderbergers e con-partidários e etc
- Eles estão-se borrifando para o povo!
- Eles triplicam os cortes na educação impostos pela troika!
- Eles são o Robin Hood ao contrário!
- Eles não querem o meu bem, querem o meu sangue!
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.´Unfortunately, a vast majority of countries that call themselves Representative Democracies are not true democracies according to the above definition. Most of them are actually just Elected Dictatorships. People can vote usually only once every four or five years. They do not vote on any issues. They just elect their so called representatives who then until the next elections have no obligations by law and little incentives to base their decisions on individual issues on the wishes on their electorate. They hardly ever bother to consult them on their stands on various issues. Therefore, legislative bodies composed of such "representatives" act in a very dictatorial manner between the elections. The only country that is quite close to the definition of Democracy is Switzerland (more or less since 1291).
nota final:
Sei alguma coisa da Alemanha, do seu sistema político, social. Já lá estive, conheço portugueses que já lá viveram, que lá vivem agora. Tenho amigos alemães. De tudo o que sei, vi e vejo, ouvi e oiço, a Alemanha parece-me ser um estado muito mais 'protector' do que o nosso, no que respeita, por exemplo, à saúde e à educação. Uma colega de faculdade que por lá tinha um namorado alemão arranjou emprego .. e os dentes! - de graça!!, num tempo em que nós ainda não fazíamos parte da União Europeia! Sei de quem lá esteja desempregado - emigrante português recebendo subsídio de desemprego e apoio para desintoxicação. E ainda agora passaram aqui duas semanas de férias (férias-férias!) dois amigos alemães, casal de professores.
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A sra. Merkl que me dê semelhante protecção, e ficarei satisfeita, certamente muitíssimo - mas infinitamente mais - do que estou agora! Não sou nacionalista, e quanto a soberanias, prefiro as consignadas pela revolução francesa: liberté, égalité, fraternité!
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