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18/12/12

Regresso Jonet

Ontem na TSF: 


Bruno Nogueira impagável!

ouvir aí em baixo:
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* * *
 
16 dez 2012
por Pedro d'Anunciação
Sol-Sapo, aqui 

Vasco Pulido Valente aborda hoje no Público o que se disse no último programa da Quadratura do Círculo, sobre Isabel Jonet e a sua falta de jeito para se exprimir em público (e, segundo ele, a falta de jeito dos comentadores do programa para a comentarem). 

Os comentadores da Quadratura fixaram-se na questão da ‘caridade’, que nem me parece ter sido o mais despropositado dito por Isabel na SIC Notícias, mas foi o que caiu realmente no goto dos jornais. Como cristão, acho a caridade (que não se esgota na esmola, nem é sobretudo isso) uma das mais bonitas virtudes. Mas percebo que a dignidade humana exige, nos dias que correm, uma solidariedade mais institucional. 

No programa, António Lobo Xavier baseou toda a sua tese em defesa de Jonet, no facto de ela ter sido fundadora do Banco Alimentar. Mas não foi, e isso, só por si, desfaz a tese de Xavier. O Banco Alimentar foi fundado pelo Comandante José Vaz Pinto, que o presidiu até a doença lho impedir, e morreu há uns meses. Professava ele o princípio cristão de a mão direita não ver o que dá a esquerda – e por isso ninguém o conhece, e se pensa que a mais exibida Jonet é a fundadora. Isabel, que entrou já com o barco montado e em andamento, dada a disponibilidade, substituiu-o. 
Mas, como VPV bem lembra no seu texto, o site Banco Alimentar, seguindo os princípios do fundador (e, pelos vistos, não os de Isabel Jonet), ‘rejeita «a caridade condescendente» e define o seu trabalho como uma «opção de cidadana»’. 

 panunciacao@sapo.pt

09/11/12

Uma canja para a Jonet

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recebido via e-mail

site

CARTA ABERTA

Caríssima Isabel Jonet,
gostaríamos de lhe dizer frontalmente, com o mínimo de mediações, que o nível das suas declarações é aviltante, sobretudo para aqueles com quem se diz preocupar e em nome dos quais desfruta o brunch da beneficência. Queremos dizer-lhe, antes de lhe devolver cada um dos insultos para citar nas vernissages, que o movimento que lhe escreve luta sobretudo para que ninguém se habitue ao empobrecimento. O nosso combate, todos os dias, é pelo pleno emprego e pela justa distribuição do trabalho, única via que identificamos para não ter que contar com o seu negócio a cada vez que falta capital ao mês. Fala-lhe um grupo de pessoas, jovens e menos jovens, desempregados, precários, sub-empregados, gente que se empenha quotidianamente para derrotar quem, como a senhora e a Merkel, insiste em mascarar de caridade o saque que estão a fazer às nossas vidas. 

Sabemos que preside à Federação Europeia dos Bancos Alimentares Contra a Fome, posição que ocupa desde Maio de 2012, e que a sua influência aumenta na proporção da miséria nos vai impondo. Sabemos que é rica e privilegiada e nunca falou da fome com a boca vazia. Sabemos que sabe que não falta miséria para alimentar de matéria-prima a sua fábrica. Sabemos que olha para os pobres com desdenho, nojo, pena. Sabemos que na hora de fazer a contabilidade aquilo que a move é a sua canja, o seu ceviche, não o caldo dos outros. 

Afirma que vamos ter que "reaprender a viver mais pobres", quando a senhora só sabe o que é viver mais rica, que "vivíamos muito acima nas nossas possibilidades" quando é sua excelência que tem vivido às nossas custas, que "há necessidade permanente de consumo, de necessidade permanente de bens para a satisfação das pessoas" quando em nenhum momento da sua vida a falta de verba lhe deu tempo para ganhar água na boca. Atira-nos à cara, com a lata da Chanceler, que os seus filhos "lavam os dentes com a torneira a correr" e que se nós "não temos dinheiro para comer bifes todos os dias, não podemos comer bifes todos os dias", quando cada vez mais o problema das pessoas é ter casa onde os filhos possam lavar os dentes e onde os bifes nunca ganharam a tradição dos que são fritos no conforto das Arcádias. Em tempos sombrios, poucos provaram o lombinho do seu talho predilecto, aquele que sempre visita com generosidade, antes dos fins-de-semana que costuma fazer com requinte, no crepúsculo alentejano. 

Deixe-nos explicar que enquanto pensava que à sua volta "estava tudo garantido, alguém havia de pagar", éramos nós, os nossos pais e avós, que lhe aviavam a mesada. Perceba que a cada momento em que delira com a cegueira de que "cá em Portugal podemos estar mais pobres, mas não há miséria", abastece-se à confiança do nosso fiado e das nossas dores de barriga. Entenda, que o tamanho dos seus disparates não abafa os murmúrios da pobreza e a miséria. Deixe-nos dizer que um milhão e meio de desempregados, com a fome e a subnutrição visível das urgências dos hospitais às cantinas das escolas públicas, a cólera já sobra às páginas dos jornais do dia. Deixe-nos dizer-lhe que o tempo não é de substituir o "Estado Social" pelo "Estado de Caridade", mas de pelo menos ter tanto cuidado com os pobres como com aquilo que se diz. 

Pode caluniar os nossos pais, que nem o histerismo fútil com que os brinda não a torna capaz de encontrar exemplo de quem troque a bucha pela ida ao Super-Rock. Pode gritar, sem sequer dar ao luxo do fôlego, que eles "não souberam educar os filhos", que a cada desabafo nos permite desvendar um pouco mais o véu das suas intenções, da origem do seu soldo. 

O seu mundo, caríssimo Jonet, é um decalque da propaganda do Governo, um corpo torpe atirado à máfia de capatazes e dos carcereiros, aqueles que lhes têm ajudado a arranjar mais e mais margem de lucro no plano financeiro da sua pérfida empresa. 

O mundo de Jonet é o mundo da classe dominante, do privilégio, da riqueza, do poder desmesurado, dos estereótipos que ajudam a lavar o sangue que lhe escorre das unhas. No mundo de Jonet, as PPPs, os submarinos, a exploração, o assalto dos governantes, são propaganda subversiva ao serviço de gente acomodada, inútil, descartável. No mundo de Jonet "não existe miséria" como "em Portugal", não é assim? Em suma, no mundo de Jonet não se vive o que é preciso para se ganhar um pingo de vergonha. 

Se estiver disponível, teríamos todo o gosto em entregar-lhe esta carta em mãos. 
Sem cordialidade mas com muito mais educação, 
Seus detractores, 

O Movimento Sem Emprego.

08/11/12

Bli para os amigos

fome? qual fome?


Presidente do Banco Alimentar (I. Jonet) 
diz que não há miséria em Portugal 
notícia e vídeo




Eu nem tenho vontade de comentar, derruba-me tanta agressão diária, tanta cretinice gratuita. Falta-me o ânimo até para pontos de exclamação vírgulas, qualquer sinal gráfico de resistência. Eles fazem e a gente deixa. Debitam alarvidades deste calibre para ... terem os seus 15 minutos de fama? Esta gente não se enxerga: “esse empobrecimento é porque comemos bifes todos os dias” . Falam de si próprios e dos seus filhos e dos amigos deles. Não têm a mínima noção da realidade dos outros. Do desespero que leva ao suicídio e aos caixotes do lixo à procura de restos. 
Esta parva é presidente do Banco Alimentar contra a Fome. Há anos que eu encho sacos de comida para apoiar a iniciativa. Agora pergunto-me se não andei a alimentá-la a ela e aos seus confrades. 
E apetece-me que morram - a dona Jonet e todos os esbanjadores nacionais que ciclicamente teimam em me acusar de que ando a viver acima das minhas possibilidades. Eu, que não o ME com os seus 4 motoristas (o PM tem 11) . Não o fulano do BP que se reforma com milhões e um jacto particular. Não o PR a quem mais de10 mil euros por mês não chegam para as despesas que lhe pago eu, nós. Não os MPs com a sua frota de automóveis de luxo e restantes mordomias. Não. 
Eu tu nós vós - que não eles - é que vivemos acima das nossas possibilidades. Os velhos os jovens os reformados os pensionistas os funcionários públicos os desempregados - nós é que “vamos ter que empobrecer muito e aprender a viver mais pobres. ” Nós é que “vamos ter de deixar de comer bifes todos os dias”- não há pontos de exclamação que me cheguem..
Eles vão continuar a excretar para os jornais, as televisões. Eles vão continuar a não nos ver a não saber nada de nós a atirar-nos à cara os nossos supostos esbanjamentos. Eles não fazem sacrifícios. Eles não empobrecem. Eles não .. nada. Eles são uma cambada uns abutres uns vermes parasitas carraças vampiros lesmas cancro. Eles são mestres no embuste e na pantominice, pregadores sem moral, comedores da alma.
E eu quero que eles morram todos de morte lenta e dolorosa.
Eu quero uma espingarda, ó mãe!

A comida (não) é uma arma
Carta aberta a Isabel Jonet
Não pude deixar de ficar chocada com as suas declarações em como «devemos empobrecer» e que «não podemos comer bife todos os dias» e «que vivemos acima das nossas possibilidades».
O boletim do INE (Balança Alimentar Portuguesa 2003-2008)[1] lembra-nos que a dieta dos Portugueses está cada vez menos saudável. A fome, escreveu um dos seus maiores estudiosos, o médico e geógrafo Josué de Castro, pode ser calórica ou específica, isto é, pode-se comer muitas calorias e mesmo assim ter fome. Hoje os reis são elegantes e os pobres gordos, num padrão histórico inusitado. Os Portugueses estão a comer uma quantidade absurda de hidratos de carbono. O consumo de papas aumentou 7% com a crise, com consequências graves para a saúde – diabetes, doenças degenerativas, obesidade – porque se trata de açúcares simples. As pessoas alimentam-se apenas de forma a garantir a energia necessária para continuarem a produzir. Sentem-se saciadas, mas manifestam carências alimentares de vitaminas, nutrientes, sais minerais e proteínas de qualidade. Os Portugueses têm uma alimentação hipercalórica – média de 3883 kCal por dia – pobre em peixe e carne, proteínas de origem animal, essenciais, porque são de digestão lenta e indispensáveis ao sistema nervoso.
O peixe era um dos raros alimentos na viragem do século XIX para o século XX que os pobres comiam mais que os ricos. Agora, o peixe chega à lota e é imediatamente colocado em carrinhas de frio em direcção à Alemanha e à Suíça, embora umas caixas fiquem na mesa dos ricos e do Governo que a senhora defende. O mesmo começou a passar-se  com os medicamentos – o paraíso das exportações é um inferno para quem vive do salário e empobrece.
No Norte da Europa os trabalhadores foram convencidos a comer «sandes» ao almoço para aumentar a produtividade e quase só a alta burguesia tem acesso a restaurantes. Comer de faca e garfo nos países nórdicos é fine dining.
Depois do 25 de Abril de 1974, as classes trabalhadoras portuguesas estiveram algum tempo entre as mais bem alimentadas do mundo, melhor do que na própria Alemanha ou EUA. O aumento dos salários dos trabalhadores, por via das lutas, greves e ocupações de empresa, a reforma agrária, o congelamento das rendas nas cidades e uma economia fortemente nacionalizada, entre outros factores, permitiram uma produção alimentar de qualidade e sobretudo de acesso policlasssista – não era preciso ser rico para se comer bem. Ir a um restaurante à hora de almoço comer peixe grelhado podia ser feito por um operário ou por um professor. Isso escandalizou os ricaços, claro: a visão de operários a experimentar o sabor do marisco (muitos pela primeira vez na vida) nos restaurantes da Rua das Portas de Santo Antão levou alguns então a apelidá-los, com rancor mal disfarçado, de «nova burguesia da cintura industrial de Lisboa»!
Com o aumento das rendas, diminuição dos salários, perseguição da ASAE e saque fiscal, os restaurantes populares fecham portas na mesma proporção que aumentam as filas do Banco Alimentar.
A fome é um problema cuja origem reside única e exclusivamente no sistema capitalista. Hoje, há tecnologia, terras e conhecimento para que o homem não esteja dependente das vicissitudes Natureza para se alimentar. É aliás isso que distingue o homem dos outros animais, domar a Natureza, através do trabalho, e superar o reino da necessidade, isto é, comer todos os dias e poder compor música ou escrever um livro. Isso é a liberdade.
A fome em Portugal deve-se única e exclusivamente a escolhas políticas pelas quais a senhora é co-responsável, com a sua defesa da política de «empobrecimento». A fome deve-se:
  1. à manutenção de salários abaixo do limiar de subsistência, abaixo do cabaz de compras, o que torna os sectores mais pobres dependentes das instituições que os alimentam; 
  2. ao encerramento de fábricas, empresas e aos despedimentos para elevar a taxa de lucro na produção; 
  3. ao desvio de investimentos para a especulação em commodities, entre elas, grãos; 
  4. à deflação dos preços na produção, ou seja, se não obtêm uma taxa média de lucro que considerem apetecível, as empresas de produção de alimentos preferem não produzir.
Mas a fome deve-se ainda a um factor mais importante tantas vezes esquecido, a questão da propriedade da terra. Enquanto mercadoria produzida para gerar lucro, a produção de alimentos deve render um lucro médio ao proprietário da produção semelhante ao lucro alcançado na indústria. Para além desse lucro médio temos que arcar também com a renda da terra (um pagamento inaceitável por aquilo que a natureza nos deu de borla). É também essa renda responsável pela existência de subsídios à produção. Porque a agricultura é menos produtiva do que a indústria, a renda da terra é subsidiada. Com a crise do crédito, esses subsídios diminuem e o preço dos alimentos dispara até preços incomportáveis. Por isso, sem emprego e expropriação de terras (reforma agrária) sob controle público, a fome só irá aumentar.
Quem percorre Portugal percebe também que se aqui há fome não é por falta de terras, máquinas ou pessoas para trabalhar. Em Portugal, 3 milhões de pessoas são consideradas oficialmente pobres. Produzimos uma riqueza na ordem dos 170 mil milhões de euros (PIB português que poderia ser bem maior não fosse a política de desemprego consciente do governo) e temos de “empobrecer”? Para onde vai este dinheiro, dona Isabel Jonet? 170 mil milhões de euros produzem os Portugueses juntos e não podem comer bife?
As tropas de famintos são uma mina de ouro para as instituições que vivem à sombra do Estado a gerir a caridade: os nossos impostos, em vez de serem usados para o Estado garantir o bem-estar dos que por infortúnio, doença ou desemprego precisam (solidariedade), são canalizados para instituições dirigidas sobretudo pela Igreja católica (caridade). A solidariedade é de todos para todos, a caridade usa a fome como arma política. Por isso nunca dei um grão de arroz ao Banco Alimentar contra a Fome. A fome é um flagelo, não pode ser uma arma para promover o retrocesso social que significa passarmos da solidariedade à caridade(zinha).
A sua cruzada, dona Isabel Jonet, lembra infelizmente os tempos do Movimento Nacional Feminino e as suas campanhas de socorro «às nossas tropas». As cartas das «madrinhas de guerra» e os pacotes com «mimos» até podiam alegrar momentaneamente o zé soldado, mas destinavam-se a perpetuar a guerra. Os pacotes de açúcar e de arroz do seu Banco Alimentar aliviam certamente a fome das tropas de destituídos que este regime, o seu regime, está a criar todos os dias. Mas a senhora e as políticas que defende geram fome, não a matam.
Raquel Varela, historiadora,
coordenadora do livro Quem Paga o Estado Social em Portugal?(Bertrand, 2012)

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da vida dura de Isabel Jonet, excerto: 
Licenciada em economia, começou por trabalhar numa seguradora, mas quando o marido foi trabalhar para Bruxelas, na Bélgica, Isabel Jonet acompanhou-o e passou a desempenhar as funções de tradutora na União Europeia. Em 1994, regressou a Portugal e deixou de trabalhar para poder acompanhar melhor o crescimento e a educação dos filhos. /pois../ -- fonte
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Perfil (na Visão de 28/11/2011)
A Sra. Banco Alimentar
Saiba quem é, na intimidade, Isabel Jonet, Bli para os amigos.


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