Para começar e como esclarecimento prévio, sou - basicamente - contra todos os exames até ao fim da escolaridade obrigatória - que agora (lembram-se? Sabem?) é até ao 12.º ano. E escusam de me vir com a treta da exigência, que sei bem do que falo! Os exames não a aumentam em nada!! Apenas a disciplinam, em ditames orientadores do que privilegiar (em detrimento de outros saberes e outras capacidades, quiçá até mais relevantes, na formação de um ser humano.....)
E celebro o fim dos exames no 4º ano! E celebrar-lhe-ei a extinção, se for aprovada, no fim do 9º!
E .... pois .... sou de um tempo em que NÃO SE FAZIAM EXAMES, a não ser no fim do 1º ciclo: de 4ª classe e de admissão aos liceus. É .... pois .... impensável, não? No tempo do Estado-Novo, podia-se dispensar dos exames consoante a nota de frequência. E, lamento dizê-lo, agora, CONFIAVA-SE NOS PROFESSORES, assim eles trabalhassem numa escola pública!
O que eu acho que devia ser revisto - urgentíssimamente!! - e há anos que venho clamando contra isto!!, são as CONDIÇÕES DE TRANSIÇÃO dos alunos, que, na prática, podem chegar ao fim da sua escolaridade obrigatória tendo reprovado, sempre, às mesmas duas disciplinas! Não vos parece isto aberrante? Inaceitável? Pois é, senhor ministro, imagine um professor, digamos de inglês (o meu caso), com uma turma do 10.º ano (em princípio, nível 5 de língua estrangeira), em que metade dos alunos não percebem uma palavra de inglês ... Com um programa para cumprir .... Que tal?? No secundário, em que é preciso aprovar a cada disciplina ... Não o afligem estas circunstâncias? Não acha que, nestes casos, seria urgente-íssimo um apoio extra, para os referidos alunos? Pois ..... e .... zero de medidas? Zero de alterações à lei?!!! Não é o senhor "radicalmente a favor do sucesso dos alunos? E afinal, isso, não passa de tretas, como é costume???
E passemos às provas de aferição. Que lindo! Que politicamente correcto, isso do "Acompanhar o desenvolvimento do currículo, nas diferentes áreas.+ Fornecer informações detalhadas à escola, aos professores, aos encarregados de educação e aos alunos sobre o desempenho destes." (do 'comunicado' deste ministro-a-leste....). Pois ....
Já as fiz e já as corrigi. Mais uma vez, sei do que falo: as provas de aferição só servem para dar trabalho acrescido aos professores. E não há retorno, qualquer indicação do que tem de mudar, visando as aprendizagens (efectivas) dos alunos. Os senhores que tudo decidem espero que saibam: há testes nas escolas (diagnóstico, formativos e sumativos. Anyone there .... ? Ministério da Educação....??? Saberão os senhores e as senhoras que a pergunta mais ouvida, em sala de aula, é: "Isto sai no teste?" "Isto conta p'ra nota?" Pois. Pois ...... as provas de aferição não. Não contam. Basicamente, para nada. E os nossos alunos, habituados que estão a imediatismos de iphones e quejandos, acabam por ter um sentido prático que a nós, professores, nos exaspera, e a vós, governantes, não devia passar despercebido! "Não conta p'ra nota" = não interessa; = ninguém leva a sério.
CONFIEM NOS PROFESSORES, PORRA! Confiem nas suas avaliações, nas notas dos testes a que sujeitam os seus alunos!!! E, repito, diagnóstico, formativos e sumativos --- não chega de testagens? Que mais querem???
Caso para retomar a máxima do outro: DEIXEM-NOS TRABALHAR!!!
A direcção da escola, seja ela democraticamente eleita, sabe dos nossos erros, dos nossos "conseguimentos"! Que sejam eles, mais os nossos pares mais capazes e mais experientes, a corrigir o que tem de ser corrigido!!
Devolvam-nos a paz-de-espírito e a vontade de trabalhar!!
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