por Santana Castilho
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« (...) chega-me a decência mínima para lhes explicar o óbvio, isto é, que os professores, humilhados como nenhuma outra classe profissional nos últimos anos, decidiram, finalmente, dizer que não aceitam mais a desvalorização da dignidade do seu trabalho.
- Porque se sentem governados por déspotas de falas mansas, que instituíram clandestinamente um estado de excepção.
- Porque, conjuntamente com os demais funcionários públicos, se sentem alvo da raiva do Governo, coisas descartáveis e manipuláveis, joguetes no fomento das invejas sociais que a fome e o desemprego propiciam.
- Porque têm mais que legítimo receio quanto à sobrevivência do ensino público.
- Porque viram, na prática, os quadros de nomeação definitiva pulverizados pelo arbítrio.
- Porque rejeitam a vulgarização da precariedade como forma de esmagar salários e promover condições laborais degradantes.
- Porque foram expedientes perversos de reorganização curricular, de aumento do número de alunos por turma e de cálculo de trabalho semanal que geraram os propalados horários-zero, que não a diminuição da natalidade, suficientemente compensada pelo alargamento da escolaridade obrigatória e pela diminuição da taxa de abandono escolar.
- Porque a dignidade que reivindicam para si próprios é a mesma que reclamam para todos os portugueses que trabalham, sejam eles públicos ou privados.
- Porque sabem que a tragédia presente de professores despedidos será o desastre futuro dos estudantes e do país.
- Porque a disputa por que agora se expõem defende a sociedade civilizada, as famílias e os jovens. »
(excerto de "Os três pastorinhos e a greve dos professores")
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