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28/02/13

a 2 de Março não posso deixar de ir!


Sei .. tenho-me farto de refilar contra o facto de, ultimamente, se fazerem manifestações-só, uma atrás da outra e os efeitos quase nulos, ninguém parecendo disposto a outras formas de luta que façam 'mossa'.

Nos tempos da megera MLR (como, de resto, ao longo de todo o meu percurso de vida 'consciente'..) participei em tudo, estive nas manifs todas, nomeadamente aquela em que 120, 130 mil professores entupiram as avenidas de Lisboa, declarando-se, alto e bom-som, contra a entrega dos O.I. (os 'objectivos individuais' do novo modelo de avaliação docente). Logo a seguir, vi-os (e nem queria acreditar!!) - quase todos, a desfazerem, na escola, aquilo que tinham construído nas ruas. E jurei a mim mesma que nunca mais.

Vou 'quebrar a jura' a 2 de Março. Pura e simplesmente, não posso deixar de ir.
Não quero fazer parte de nenhuma "maioria silenciosa", a de ontem ou a de hoje.

Não vai ser a falta da minha voz a dar argumentos ao senhor Coelho quando diz que os protestos que se ouvem não são representativos do sentir de um povo.

Neste momento estou aposentada. Pertenço agora ao grupo mais vilipendiado, mais atacado por este governo nazi, morresse eu e eles agradeciam.
Pois não contem com isso.
Eu sou a geração do 25 de Abril.
Eu fiz uma greve no tempo do fascismo, aluna do secundário - em Viseu!
Eu estive na RGA clandestina da faculdade de Letras, no mesmo dia em que, em protesto, os estudantes de Direito viravam o carro de um tal Martinez.
E estive debaixo do fogo da polícia de choque na cantina velha da cidade universitária, nesse mesmo dia, tinha 19 anos.
Pouco tempo depois aconteceu-me o 25 de Abril. Entranhou-se-me. Moldou-me assim inquieta, para sempre "exigindo o impossível".


25 Abril, Vieira da Silva
No dia 2 de Março, não vou deixar que só os outros gritem a raiva que também é minha.

Vou para Lisboa e hei-de juntar-me às marés que vierem, a da educação, a dos reformados, ondas seremos todos, furiosas  batendo na cara destes políticos que ninguém elegeu, que não têm legitimidade para governar porque os seus partidos foram a votos com um programa e impõem outro, gente mais sem vergonha e sem carácter, as asneiras que fazem e por que não pagam, dia, após dia, após dia e um povo empobrecendo-se, sem comida, sem esperança, sem tecto, sem futuro.

ESTOU FARTA.

Se o que há é uma manifestação de gente farta como eu, eu estarei lá.

Serei apenas mais uma, não importa. Um cisco que seja no olho do Passos ou do Relvas ou do raio que os parta a todos.

Não gosto da ladainha do "está na hora..", mas hei-de cantar a Grândola - até que a voz me doa!

1 comentário:

Margarida Alegria disse...

Ora toma! E quem fala assim não é gago! :)
Também já escrevi o meu "manifeto". Esta pouca-vergonha não pode continuar!
Beijossssss