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- nas páginas 'autónomas' (abaixo) vou recolhendo posts recuperados do 'vento 1', acrescentando algo novo ..

24/10/12

soyons réalistes, demandons l'impossible!

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o slogan do título é do Maio de (19)68, em França.  
  • Noventa e sete anos o separam da Comuna de Paris, a primeira experiência de ditadura do proletariado na história. Durou 72 dias: de 18 de Março a 28 de Maio de 1871 e foi resultado da luta da classe operária francesa e internacional contra a dominação política da burguesia ;
  • Cento e setenta e nove anos da Revolução Francesa (1788-9), que aboliu a servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité, frase de autoria de Jean-Jacques Rousseau) e teve por objetivo principal derrubar o Antigo Regime e instaurar um Estado democrático que representasse e assegurasse os direitos de todos os cidadãos.(fonte1 ; fonte2)
  • cinquenta e um anos da Revolução Russa de 1917, que derrubou a autocracia russa e levou ao poder o Partido Bolchevique, de Vladimir Lenin. 
  • cinquenta e oito anos da implantação da República em Portugal (1910) [**] , com os republicanos a encararem a Educação como essência da sociedade, a criarem um sistema educativo e levarem a cabo estratégias de combate ao analfabetismo como forma de vencer a inércia de uma sociedade profundamente iletrada, operando uma transformação estrutural da sociedade que tornasse possível dinamizar o aparelho produtivo, consolidar as instituições democráticas e agitar o tecido social, substituindo o súbdito pelo cidadão.-- fonte
  • seis anos apenas separam o Maio de 68, em França, do 25 de Abril de 1974 - a Revolução dos Cravos, em Portugal - aquela que garantia que "fascismo nunca mais", e que "o povo unido jamais será vencido". «Nessa madrugada do dia inicial, inteiro e limpo (como poetizou Sophia de Mello Breyner) os militares de Abril foram claros nas suas promessas: terminara a repressão, regressara a Liberdade, vinha aí o fim da guerra e do colonialismo, vinha aí a democracia. (..)» -- fonte

A democracia (o poder de o povo decidir como quer ser governado) veio .. e foi-se..  depois de cada uma das datas históricas assinaladas e em todos os países referidos, às vezes com períodos tenebrosos (o governo de Vichy, o primado estalinista..) . 
Portugal, ano de 2012: estamos nas mesmíssimas condições (sociais, económicas) que levaram ao derrube da monarquia, os pobres cada vez mais pobres e em maior número, os (poucos) ricos cada vez mais ricos e mais privilegiados, a corrupção instalada como uma pústula, um país "sem rei nem roque". A revolta que fervilha nas ruas, as pulhices diárias dos políticos e restante comandita, a iniquidade das medidas oligárquicas, o ónus da crise sempre e só para os mais explorados, os mais desfavorecidos.
Pois então e de novo, SEJAMOS REALISTAS, EXIJAMOS O IMPOSSÍVEL! Os ideais não morrem, desde há séculos que se reivindicam possibilidade, se concretizam esperança, às vezes. Pois que venha hoje, de novo, uma revolução, ainda que breve, ainda que durando apenas o "tempo das cerejas"!
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O Homem da Carbonária, de Carlos Ademar (publ. 2006) - um romance imprescindível para quem não saiba nada da 1ª República em Portugal : absolutamente empolgante, surpreendente  -- a ler antes que a República, a história do seu início e os  ideais republicanos sejam 'branqueados' / banidos de vez!

http://www.wook.pt/ficha/o-homem-da-carbonaria/a/id/201909


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L'Internationale et Le Temps des cerises

Les atrocités qui se sont déroulées pendant La Commune ont popularisé deux chansons inoubliables : l'Internationale, bien sûr (curieusement, elle ne fut mise en musique qu'en 1888, alors que ses paroles, écrites par Eugène Pottier, étaient colportées depuis 1871), et Le Temps des Cerises, de Jean-Baptiste Clément. Le Temps des cerises était d' abord un chant d'amour, pas de guerre. (...) - fonte
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Le triomphe de l'ordre: pormenor
L'histoire du temps des cerises

 - fonte

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Jean-Baptiste Clément 
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Né en 1836, autour de la trentaine, il s’installe à Paris, défenseur de la république, journaliste, pamphlétaire, il est rapidement incarcéré. Avec la chute du Second Empire, suite à la défaite de Napoléon III face à la Prusse à Sedan, l’insurrection républicaine de septembre 1870 permet sa libération. 

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inscrição no muro: "vive l'humanité"

La Commune de Paris 

Le 17 février 1871, le gouvernement de la IIIe République ordonne la récupération des canons de Belleville et Montmartre. C’est à nouveau l’insurrection qui conduira à l’élection des membres du Conseil de la Commune, gouvernement de Paris du 18 mars au 28 mai 1871.
Jean-Baptiste Clément est élu au conseil de la Commune par le XVIIIe arrondissement. Il fera partie des derniers combattants sur les barricades de la rue Fontaine-au-Roi, au lieu dit du “mur des fédérés” (à coté du cimetière du Père Lachaise), immortalisé par la toile d’Ernest Pichio : “Le triomphe de l’ordre” -- aussi dit "Le mur des Fédérés"


[ver imagem e respectivo enquadramento histórico : aqui ]

Le mur des Fédérés (Le triomphe de l'ordre): pormenor

Genèse d’un chant nostalgique
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Ecrite de façon prémonitoire en 1866, La chanson “Le temps des cerises” fut mise en musique en 1868 par Antoine Renard. C’est aux derniers instants d'une barricade, en compagnie de Louise Michel, que Jean-Baptiste Clément dédie “Le temps des cerises” ; “à une jeune ambulancière de la dernière heure ; à ces souvenirs qu’il garde au coeur ; ces derniers instants d’un printemps sanglant dont jamais ne se calmera la douleur”.



L' Internationale (version française)

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«battons le fer quand il est chaud!"

e o ferro, meus amigos, está ao rubro AGORA! 


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2 comentários:

trepadeira disse...

A comuna encanta-me,claro,mas o ferro está ao rubro,lembra-me a revolta dos marreteiros,os tais ferreiros revoltados contra o aumento dos impostos,não vinha nada mal.

Um abraço,
mário

AL disse...


não vinha, não senhor!

Eu fiquei fascinada foi com a 1ª República aqui em Portugal (de que não sabia praticamente nada - 'branqueada' q foi dos curricula nacionais) - e um livro que a 'contou': O Homem da Carbonária", de Carlos Ademar:
http://www.wook.pt/ficha/o-homem-da-carbonaria/a/id/201909

Abraço!