- as imagens das colunas laterais têm quase todas links ..
- nas páginas 'autónomas' (abaixo) vou recolhendo posts recuperados do 'vento 1', acrescentando algo novo ..

24/10/12

a REVOLUÇÃO segundo Trotsky

.

O Que Foi a Revolução de Outubro 

 .
Leon Trotsky (1879-1940)

.
Conferência pronunciada: a 27 de Novembro de 1932,
no estádio de Copenhague, Dinamarca.

(excertos):

(...)
Para começar, fixemos alguns princípios sociológicos elementares que são sem dúvida familiares a todos vocês e que devemos, porém, recorda-los ao tomar contato com um fenômeno tão complexo como a revolução. 

  •  A sociedade humana é o resultado histórico da luta pela existência e da segurança na preservação das gerações. O caráter da economia determina o caráter da sociedade. Os meios de produção determinam o caráter da economia. 
  • A cada grande época, no desenvolvimento das forças de produção, corresponde um regime social definido. Até agora, cada regime social assegurou enormes vantagens à classe dominante. 
  • É evidente que os regimes sociais não são eternos. Nascem e, historicamente, transformam-se em obstáculos ao progresso ulterior. "Tudo que nasce é digno de perecer". 
  • Nunca, porém, uma classe dominante abdicou, voluntária e pacificamente, do poder. Nas questões de vida e morte os argumentos fundados na razão nunca substituíram os argumentos da força. É triste dizê-lo. Mas é assim. Não fomos nos que fizemos este mundo. Só podemos tomá-lo tal como é. 

A revolução significa mudança do regime social. Ela transmite o poder das mão de uma classe, que se esgotou, as mão de outra classe em ascensão.
A insurreição constitui o momento mais crítico e mais agudo na luta de duas classes pelo poder. A sublevação não pode conduzir a vitória real da revolução e a implantação de novo regime senão quando se apoia sobre uma classe progressista, capaz de agrupar em torno de si a imensa maioria do povo.
Diferentemente dos processos da natureza, a revolução realiza-se por intermédio dos homens. Mas, na revolução também os homens atuam sob a influência de condições sociais que eles próprios não elegem livremente, senão que herdam do passado e lhes assinala imperiosamente o caminho. Precisamente por tal motivo, e só por isto, a revolução tem as suas próprias leis.
A consciência humana, contudo, não se limita a refletir passivamente as condições objetivas. Sobre estas ela pode reagir ativamente. E, em certos momentos, a reação adquire um caráter de massa, tenso, apaixonado. Derrubam-se então barreiras do direito e do poder. A intervenção ativa das massas nos acontecimentos constitui o elemento indispensável da revolução. É, sem dúvida, a demonstração, de uma rebelião, sem elevar-se a altura de uma revolução.
A sublevação das massas deve conduzir ao derrube do poder de uma classe e ao estabelecimento da dominação de outra. Somente assim teremos uma revolução consumada.
A sublevação das massas não é um empreendimento isolado que se pode provocar por capricho. Representa um elemento objetivamente condicionado ao desenvolvimento da revolução, que por sua vez é um processo condicionado ao desenvolvimento da sociedade. Isto não quer dizer, entretanto, que, uma vez existentes as condições objetivas da sublevação, se deva esperar passivamente, com boca aberta. Nos acontecimentos humanos também há como disse Shakespeare, fluxos e refluxos, que, tomados na crescente, conduzem ao êxito: "There is a tide in the affairs of men which taken at the flood, leads on to fortune".
Para varrer o regime que sobrevive, a classe avançada deve compreender que soou a hora e propor-se à tarefa da conquista do poder. Aqui se abre o campo da ação revolucionária consciente, onde a previsão e o cálculo se unem à vontade e à bravura. Dito de outra forma: aqui se abre o campo à ação do partido.
 (...) -- fonte
.

Sem comentários: