nota: «Menos de 24 horas depois (da situação abaixo descrita) , Paulo Pedro, professor na Escola Secundária Braancamp Freire, na Pontinha, Odivelas, era agredido a murro e pontapé por um aluno que havia expulsado da sala de aula»- notícia aqui
.
Pais agridem professora dentro de sala de aulas em Sesimbra
antes da notícia (bastante mal escrita, diga-se de passagem), começo por transcrever um comentário que se lhe seguia:
.
.
Anónimo , Algures na Beira. 26.10.2011
.
É de esperar!Ainda há dias, um qualquer órgão de comunicação social referia que nas Astúrias um encarregado de educação tinha sido condenado a três anos de prisão por agredir um professor. Na mesma altura fazia a comparação com Portugal e referia a " bandalheira" que é a nossa justiça. Enquanto continuarmos assim, o que esperam? Pela minha parte, que sou um "serrano" professor há trinta e cinco anos, só espero que nunca me aconteça algo parecido, (...)
*
a notícia:Uma professora da Escola Básica n.º 3 da Quinta do Conde, em Sesimbra, foi agredida dentro da sala de aula pelos pais de dois alunos, confirmou hoje à agência Lusa fonte da GNR. “Foi apresentada queixa à Guarda e a situação está a seguir os trâmites”, disse a mesma fonte.
quadro de Malevitch |
Segundo o responsável, esta é uma situação que se arrasta há dois anos e que já tem motivado reuniões com os pais em causa, com a Escola Segura (da PSP), com o coordenador da área educativa e com o gabinete de segurança do Ministério da Educação.
Contudo, esta é a primeira vez que estes pais agridem fisicamente um funcionário da escola.
“Qualquer brincadeira que envolva algum contacto físico com o filho motivava a ida do casal à escola para tirar dividendos da situação, mas das outras vezes insultavam as pessoas”, explicou Eduardo Cruz.
Hoje de manhã, o director do agrupamento escolar esteve reunido com pais que “bloquearam o acesso à escola”, pelo que não houve aulas, mas à tarde a situação já está normalizada. O responsável adiantou à Lusa que alguns pais exigem a expulsão dos irmãos, mas assegurou que esse é um cenário “impensável”.
“A escola é um direito que assiste às crianças e não é por aí que vamos”, afirmou.
Para já, Eduardo Cruz accionou os “meios disponíveis para garantir a segurança na escola”, através da Escola Segura e do gabinete de segurança do Ministério da Educação, e apresentou queixa junto do Tribunal de Sesimbra.
A GNR esteve hoje de manhã na escola para evitar desacatos, mas a situação esteve “pacífica e ordeira”.
*
Ora eu tenho algumas perguntas:
- Como foi possível aqueles pais chegarem à sala de aula? Que raio de segurança existe naquela escola? (pergunto, ainda que saiba a resposta; ainda que o mesmo já tenha acontecido na escola onde trabalho eu..)
- O que aconteceu à professora, depois desta sevícia de que foi vítima? Vai continuar a dar aulas a esta turma? Enfrentar as duas queridas-crianças-a-quem-tanto-direito-assiste? Aturar o rapazinho que, a "qualquer contacto físico" chama os papás (aparentemente muito desocupados..) para que vão à escola "tirar dividendos", "insultar pessoas"?
- Que atitude tomaram os outros professores? Que solidariedade 'efectiva' houve por parte dos colegas da mesma escola, das outras pertencentes ao agrupamento?
- Quem "serve" o senhor director com a sua postura de avestruz, os seus 'pachinhos quentes', a sua balofa protecçaozinha dos direitos todos/deveres nenhuns? «A escola é um direito que assiste às crianças»? E que direito assiste aos seus 'funcionários'?
- Que fez/fará a Associação de Pais (que este agrupamento de escolas certamente terá), para garantir que a situação não se repete, proteger os seus professores, o resto dos alunos? Que medidas irá tomar o órgão máximo-Conselho Geral para moralizar e dignificar a escola, limpar esta inaceitável mancha?
Pois é, senhor director: se expulsar os dois alunos é um cenário “impensável”; se, depois desta gravíssima ocorrência, o senhor não tem uma ideia que seja para resolver o problema; se a única medida que lhe ocorre é accionar os mesmíssimos meios a que há dois anos vem recorrendo e cuja eficácia ficou agora amplamente demonstrada .. não acha que está na altura de se demitir?
.
Quanto aos restantes professores, espero que, em solidariedade para com a colega agredida, se tenham, pelo menos, recusado a dar aulas enquanto o assunto não seja seriamente, definitivamente resolvido. Os pais dos outros alunos "bloquearam o acesso à escola". Os professores desse agrupamento têm obrigação de fazer outro tanto e mais, muito mais. Se assim não for, se se tiverem encolhido todos como carneiros a caminho do matadouro, então espero sinceramente que vos venha a "acontecer algo parecido" com o que a vossa colega sofreu. É que vocês merecem!
.
Sem comentários:
Enviar um comentário