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27/10/11

a irrazoabilidade do impensável

nota: «Menos de 24 horas depois (da situação abaixo descrita) , Paulo Pedro, professor na Escola Secundária Braancamp Freire, na Pontinha, Odivelas, era agredido a murro e pontapé por um aluno que havia expulsado da sala de aula»- notícia aqui

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Pais agridem professora dentro de sala de aulas em Sesimbra

antes da notícia (bastante mal escrita, diga-se de passagem), começo por transcrever um comentário que se lhe seguia:
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Anónimo , Algures na Beira. 26.10.2011
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É de esperar!
Ainda há dias, um qualquer órgão de comunicação social referia que nas Astúrias um encarregado de educação tinha sido condenado a três anos de prisão por agredir um professor. Na mesma altura fazia a comparação com Portugal e referia a " bandalheira" que é a nossa justiça. Enquanto continuarmos assim, o que esperam? Pela minha parte, que sou um "serrano" professor há trinta e cinco anos, só espero que nunca me aconteça algo parecido, (...)

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a notícia:
26.10.2011 - 15:32 Por Lusa - aqui

Situação arrasta-se há dois anos

Uma professora da Escola Básica n.º 3 da Quinta do Conde, em Sesimbra, foi agredida dentro da sala de aula pelos pais de dois alunos, confirmou hoje à agência Lusa fonte da GNR. “Foi apresentada queixa à Guarda e a situação está a seguir os trâmites”, disse a mesma fonte.

quadro de Malevitch
Em declarações à Lusa, o director do agrupamento escolar da Quinta do Conde, Eduardo Cruz, explicou que “os pais de dois alunos [um rapaz e uma rapariga] dirigiram-se ontem [terça-feira] à sala e agrediram fisicamente a professora com estalos na cara em frente a toda a turma”.

Segundo o responsável, esta é uma situação que se arrasta há dois anos e que já tem motivado reuniões com os pais em causa, com a Escola Segura (da PSP), com o coordenador da área educativa e com o gabinete de segurança do Ministério da Educação.
Contudo, esta é a primeira vez que estes pais agridem fisicamente um funcionário da escola.
“Qualquer brincadeira que envolva algum contacto físico com o filho motivava a ida do casal à escola para tirar dividendos da situação, mas das outras vezes insultavam as pessoas”, explicou Eduardo Cruz.
Hoje de manhã, o director do agrupamento escolar esteve reunido com pais que “bloquearam o acesso à escola”, pelo que não houve aulas, mas à tarde a situação já está normalizada. O responsável adiantou à Lusa que alguns pais exigem a expulsão dos irmãos, mas assegurou que esse é um cenário “impensável”.
“A escola é um direito que assiste às crianças e não é por aí que vamos”, afirmou.
Para já, Eduardo Cruz accionou os “meios disponíveis para garantir a segurança na escola”, através da Escola Segura e do gabinete de segurança do Ministério da Educação, e apresentou queixa junto do Tribunal de Sesimbra.

A GNR esteve hoje de manhã na escola para evitar desacatos, mas a situação esteve “pacífica e ordeira”.

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Ora eu tenho algumas perguntas:
  1. Como foi possível aqueles pais chegarem à sala de aula? Que raio de segurança existe naquela escola? (pergunto, ainda que saiba a resposta; ainda que o mesmo já tenha acontecido na escola onde trabalho eu..)
  2. O que aconteceu à professora, depois desta sevícia de que foi vítima? Vai continuar a dar aulas a esta turma? Enfrentar as duas queridas-crianças-a-quem-tanto-direito-assiste? Aturar o rapazinho que, a "qualquer contacto físico" chama os papás (aparentemente muito desocupados..) para que vão à escola "tirar dividendos", "insultar pessoas"?
  3. Que atitude tomaram os outros professores? Que solidariedade 'efectiva' houve por parte dos colegas da mesma escola, das outras pertencentes ao agrupamento?
  4. Quem "serve" o senhor director com a sua postura de avestruz, os seus 'pachinhos quentes', a sua balofa protecçaozinha dos direitos todos/deveres nenhuns? «A escola é um direito que assiste às crianças»? E que direito assiste aos seus 'funcionários'?
  5. Que fez/fará a Associação de Pais (que este agrupamento de escolas certamente terá), para garantir que a situação não se repete, proteger os seus professores, o resto dos alunos? Que medidas irá tomar o órgão máximo-Conselho Geral para moralizar e dignificar a escola, limpar esta inaceitável mancha?
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Pois é, senhor director: se expulsar os dois alunos é um cenário “impensável”; se, depois desta gravíssima ocorrência, o senhor não tem uma ideia que seja para resolver o problema; se a única medida que lhe ocorre é accionar os mesmíssimos meios a que há dois anos vem recorrendo e cuja eficácia ficou agora amplamente demonstrada .. não acha que está na altura de se demitir?
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Quanto aos restantes professores, espero que, em solidariedade para com a colega agredida, se tenham, pelo menos, recusado a dar aulas enquanto o assunto não seja seriamente, definitivamente resolvido. Os pais dos outros alunos "bloquearam o acesso à escola". Os professores desse agrupamento têm obrigação de fazer outro tanto e mais, muito mais. Se assim não for, se se tiverem encolhido todos como carneiros a caminho do matadouro, então espero sinceramente que vos venha a "acontecer algo parecido" com o que a vossa colega sofreu. É que vocês merecem!
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