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09/08/15

de uma visita a Moçambique e da africanização

de Malangatana
Há um ano e qualquer coisa fiz a minha estreia em África (que Cabo Verde não conta, as ilhas nem têm autótcones..). Fui a Moçambique e .. não gostei ... nada. Pensei: foi para isto que se fez uma guerra? Que tantos morreram, e de todos os lados?! Para esta substituição de donos, que só a cor da pele diferencia?! 

Resumindo: em Moçambique (como em Angola e calculo que em todas as outras ex-colónias..) A PESSOA COMUM, o "povo", NÃO INTERESSA, NÃO HÁ SERVIÇOS PÚBLICOS. Pensemos um pouco, e é para esta africanização, para este terceiro-mundismo, que os governos PSD-CDS-PS nos querem empurrar, com as privatizações de tudo ...E talvez tenha sido isso, precisamente, esta antevisão do futuro português, que me fez desgostar tanto de Moçambique. 

Um país afinal rico (ainda recentemente se descobriram importantes jazidas de gás natural e carvão, bem como diamantes..) - com um governo de um partido que se diz comunista!! - que ignora as necessidades mais básicas do seu povo -- e não me venham com o espectro da colonização, que, a respeito de infraestruturas, parece ter sido bem mais preocupada e eficaz que os governos pós-independência...

Nas ruas de Maputo vêem-se automóveis e jipes topo de gama .. aos molhos! De resto, entopem tudo, incluindo os passeios. Os peões que os contornem se quiserem, mais ao lixo que se amontoa por todo o lado! Não há uma passadeira!!, como quase não há semáforos!! (E, ainda por cima, conduzem pela esquerda!) Não há UM autocarro!!, apenas umas carrinhas ou camionetas de caixa aberta (ainda assim contam-se pelos dedos de uma mão!) que transportam passageiros. O que mais se vê são pessoas a pé, ao que nos dizem, andando quilómetros entre a casa e o trabalho. 

Pela estrada fora, Moçambique dentro, mulheres (sempre e só elas!) que carregam vasilhas de água, 20, 30, 40 litros à cabeça, muitas vezes uma criança pela mão, mais raramente outra ao peito ou às costas, o saneamento básico que não existe, os poços raros, espaçados, a água que sai das torneiras - isto onde as há - e não se pode beber, as tabuletas em inglês de escolas privadas na capital, o hospital estatal com filas que dão a volta ao quarteirão .....................
.... e mais, de que hei-de falar um dia, quando me voltem a apetecer estas discorrências ..

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