por Madalena Matos Ferreira
retirado daqui
de Marc Chagall |
quando, aos catorze anos, decidi ser professora, não sabia o que era um ministério da educação. durante anos, não o soube. sabia, empiricamente, o que era uma escola: as aulas aborrecidas, as aulas maravilhosas, os colegas, a descoberta das amizades eternas, o primeiro amor, a paixão implacável e, também, a falta de consciência de que, num futuro muito próximo, o tempo não seria assim tão lento.
além dos poetas e dos músicos, os meus ídolos eram os professores. sempre foram; também os meus avós, com quem aprendi o absoluto respeito entre gerações; os meus pais, de quem nunca ouvi dizer mal de ninguém ou -riam-se! - dizer uma asneira; a minha adorada professora tia celeste que, num portugal em mudança, me proporcionou a música, a ginástica, o teatro, as línguas e uma preparação académica exemplar.
sem ter a menor noção do que é ser um "funcionário público" fui acalentando, com entusiasmo, um sentido na vida: retribuir! sou professora há 19 anos e é o melhor que faço na vida, digo eu. há uns anos atrás, uma ministra da educação usou o seu poder de manipulação da opinião pública para que os portugueses, em definitivo, elaborassem a ideia de que os professores são uma classe de gente desonesta. como cientista social, mlr sabia o que estava a fazer. hoje, os professores são vistos e tratados como um fardo da despesa pública. finalmente!
mas eu digo que os professores são do melhor que há! guardiões e transmissores do império da memória, da civilização e das técnicas que hão-de aumentar ainda mais o conhecimento do universo e de nós próprios.
o nuno crato que se ponha a pau se os professores se unirem!
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«40 horas e mobilidade especial são para aplicar aos professores» - Crato no vídeo abaixo:
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