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20/05/13

memórias da História

Há 80 anos o país mudou de mãos 
o q se chama de 'publicidade enganosa'!

Depois de em 1932 se ter tornado chefe do Governo, Salazar e os salazaristas estabelecem, no Verão de 1933, a futura arquitetura institucional do Estado Novo Corporativo. A partir do final deste ano, um ano chave da instauração do Estado Novo, a luta antifascista realizava-se nas mais sufocantes condições de clandestinidade e repressão. 

Artigo de Luís Farinha, historiador. -- ler aqui

19 Maio, 2013 - 12:17 

de Jaime Cortesão,
sobre o heroísmo do anarquista Jaime Rebelo, um pescador setubalense:

“- Quem é este homem sombrio
Duro rosto, claro olhar,
Que cerra os dentes e a boca
Como quem não quer falar?

- Esse é o Jaime Rebelo,
Pescador, homem do mar.
Se quisesse abrir a boca,
Tinha muito que contar.

Ora ouvireis camaradas,
Uma História de pasmar.

Passava já de ano e dia,
E outro vinha de passar,
E o Rebelo não cansava,
De dar guerra ao Salazar.
De dia tinha o mar alto,
De noite a luta bravia,
Pois só ama a Liberdade,
Quem dá guerra à tirania.
Passava já de ano e dia…
Mas um dia, por traição,
Caiu nas mãos dos esbirros
E foi levado à prisão.

Algemas de aço nos pulsos,
Vá de insultos ao entrar,
Palavra puxa palavra,
Começaram de falar.
- Quanto sabes, seja a bem,
Seja a mal hás-de contá-lo.
- Não sou traidor, nem perjuro;
Sou homem de fé, não falo!
- Fala: ou terás o degredo,
Ou a morte a fio de espada.
- Mais vale morrer com honra,
Do que vida desonrada!
- A ver se falas ou não,
Quanto posto na tortura.
- Que importam duros tormentos,
Quando a vontade é mais dura?!

Geme o peso atado ao potro
Já tinha o corpo a sangrar,
Já tinha os membros torcidos
E os tormentos a apertar,
Então o Jaime Rebelo,
Louco de dor, a arquejar,
Juntou as últimas forças
Para não ter que falar.
- Antes que fale, emudeça! –
Põe-se a gritar com a voz rouca,
E, cerce, duma dentada,
Cortou a língua na boca.
A turba vil dos esbirros
Ficou, na frente, assombrada,
Já da boca não saía
Mais que espuma ensanguentada!

Salazar, cuida que o Povo
Te suporta quando cala?
Ninguém te condena mais
Que aquela boca sem fala!

Fantasma da sua dor,
Ainda hoje custa a vê-lo;
A angústia daquelas horas
Não deixa o Jaime Rebelo.
Pescador que se fez homem
Ao vento livre do Mar,
Traz sempre aquela visão
Na sombra dura do olhar,
Sempre de boca apertada,
Como quem não quer falar.

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