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23/05/13

Alvos em movimento

Crónica DIANAFM
23 Maio 2013

de Eduardo Luciano (Notas)


Alvos em movimento

A estratégia não é nova e se alguma coisa esta maioria parlamentar lhe acrescentou foi apenas mais violência e crueza na sua implementação. 

Os trabalhadores dos diversos sectores da função pública voltam a estar na mira do governo, que parece ser o único patrão com as possibilidades que todos os patrões desejariam ter. 

De facto, o Estado é a única entidade patronal com o poder de mudar a legislação laboral para a adequar aos seus interesses mais imediatos. 

Se decide despedir, aumentar o horário de trabalho ou criar condições para empurrar trabalhadores para regimes de mobilidade basta-lhe legislar no sentido de criar as condições para que tal aconteça. 

É o único patrão que tem ao seu dispor os mecanismos que lhe permitem alterar unilateralmente as condições contratuais estabelecidas com os seus trabalhadores, que se pode dar ao luxo de romper o contrato social que outorgou com os seus reformados e pensionistas. 

O ataque é de tal ordem que até a sempre bem comportada UGT admite recorrer a formas de luta convergentes com os sindicatos filiados na CGTP. 

Entre outros tiros aos trabalhadores da administração pública, está agora a ser alvo da fuzilaria do governo o aumento da jornada de trabalho. 

Acompanhado de uma campanha demagógica que pretende atirar trabalhadores do sector privado contra trabalhadores do sector público, esta medida é anunciada como um acto de justiça perante o que consideram ser uma situação de discriminação inaceitável. 

A eficácia desta estratégia pode medir-se pelo número de observações e comentários nas redes sociais contra os “malandros” dos funcionários públicos ou pelo nível das intervenções dos participantes em programas do género da antena aberta. 

Também acho que seria da mais elementar justiça equiparar as jornadas de trabalho de todos os trabalhadores por conta de outrem, independentemente da entidade patronal. 

Não me parece justo que um mecânico no sector privado esteja sujeito a um horário de 40 horas semanais, enquanto um trabalhador com as mesmas funções na administração pública trabalhe 35 horas por semana. Parece-me por isso da mais elementar justiça equiparar os horários de trabalho, aplicando aos que trabalham no sector privado o mesmo horário dos que trabalham na administração pública, ou seja, 35 horas semanais para todos. 

Assim já não lhes convém? Não percebo porquê se o objectivo é apenas uma questão de acabar com uma iniquidade. 

Ou esta coisa de nivelar quando se trata de salários é por baixo e quando se trata de horários de trabalho é por cima? 

 Espero bem que os trabalhadores da administração pública se mexam e lutem, já que têm de ser alvos que o sejam em movimento. Até para a semana
 .

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