publicado por Amadeu Homem
11 de Abril de 2013
EMBRULHAR O GASPAR
Na historieta da "Gata Borralheira" , aparecia uma madrasta, resmungona e de maus fígados, que desejava a todo o custo que o sapato que essa Cinderela tinha perdido no baile, depois de bailar com o príncipe, servisse no sapato de uma das filhas, durázias e feias, mas desejosas de vir a ser princesas. O Gaspar das Finanças acaba de ocupar o lugar da madrasta malévola. Ele gostaria de ter um idílio com os juízes do Tribunal Constitucional. Mas estes, com a Constituição à cintura, disseram ao Gaspar que ele não tinha o porte suficiente para valsar. Fartava-se de pisar os calos aos concidadãos, fazendo-o inconstitucionalmente, ou seja, de forma ilegal. A madrasta-Gaspar agarrou no sapato do orçamento e fez esforços inauditos para nos convencer a todos, nós que somos seus filhos e filhas - porque pagamos a factura - , que o sapato do OE era justo e adequado. Como o Tribunal Constitucional desenganou Gaspar, este tratou de se vingar, que é o caminho sempre seguido pelos infinitamente pequenos. E vai daí, este Gigante das Finanças, este Ciclope dos gráficos, disse para os seus botões : "Ah, escumalha, vocês vão já ver como elas vos mordem". E ejaculou um despacho que dá bem a dimensão liliputiana do seu gigantismo... Nos termos dele, todos os serviços oficiais precisarão de pedir uma autorização prévia para adquirirem bens essenciais, desde as hortaliças para se fazerem as sopas dos estudantes, até ao papel higiénico , com o qual todos os juízes ( e não só) limpam o respeitável traseiro.
E foi assim que todos nos vemos, depois do baile oferecido a Gaspar e demais tropa fandanga governamental pelos juízes constitucionais, sem alfaces, sem pepinos e sem papel higiénico onde possamos ... embrulhar o Gaspar.
O Gaspar bolsou um despacho vingativo. Ora bem : é imperioso que nós nos vinguemos do Gaspar ( e dos outros ) embrulhando-o. Embrulhando-os de vez.
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