ontem perguntava-se, a Catalunha em dia de eleições:
foto de LLUIS GENE/AFP |
Independência, Dia Zero?
Sofia Lorena(Barcelona) 25/11/2012 - 11:53
A relação entre a Catalunha e o resto de Espanha não vai mudar de um dia para o outro. Mas a vontade de divórcio assumida pela maioria dos partidos e uma boa parte da população catalã veio para ficar.
Nuria diz que é "como num divórcio" e o casal está na fase da raiva e da mágoa, sem conseguir sentar-se à mesa a conversar sobre a custódia dos filhos ou a partilha de bens. Miguel discorda. "Um divórcio implicaria que tivéssemos estado apaixonados. Já nos tolerámos melhor mas apaixonados nunca estivemos." (...)
O divórcio é a analogia escolhida por Nuria para descrever a relação entre a Espanha e a Catalunha, longa, tumultuosa e prestes a mudar de contornos. - ler mais
O divórcio é a analogia escolhida por Nuria para descrever a relação entre a Espanha e a Catalunha, longa, tumultuosa e prestes a mudar de contornos. - ler mais
Hoje, conhecidos os resultados:
Partidos soberanistas dominam Parlamento da Catalunha
Sofia Lorena(Barcelona) 25/11/2012 - 20:04 (actualizado às 23:58)
A direita, no poder, [CiU, Convergència i Unió] não conseguiu a maioria absoluta que pedira nestas eleições antecipadas. Esquerda Republicana impõe-se como segunda força.O líder catalão Artur Mas (CiU) vai continuar na presidência da Generalitat mas ficou muito longe da maioria absoluta que pediu para fazer avançar o projecto de um estado próprio e terá de encontrar parceiros para governar. O Parlamento da Catalunha vai continuar dominado pelo conjunto das forças políticas soberanistas.À decisão de antecipar eleições tomada por Artur Mas em plena subida do apoio independentista e batalha aberta com Madrid por causa do pacto fiscal aprovado pelo Parlamento regional, seguiu-se uma campanha ocupada pelo debate sobre a relação da Catalunha com Espanha.A taxa de participação confirma a sensação de uma a ida a votos histórica e foi a mais alta da democracia, com 69,5% dos 5,4 milhões de eleitores nas urnas (...)Apesar do tema da soberania ter sido dominante, a Convergência e União (CiU) de Artur Mas não deixou de ser castigada pela política de austeridade e cortes. Não só não conseguiu “a maioria excepcional” que pedira, como perdeu 12 deputados em relação às eleições de Novembro de 2010, descendo de 62 para 50 lugares no parlamento de 135.(...)Se Artur Mas não desistir da intenção de convocar o referendo sobre a autodeterminação – ilegal de acordo com a Constituição espanhola, que o Governo de maioria absoluta do Partido Popular rejeita alterar – terá de se apoiar na Esquerda Republicana da Catalunha, o grande vencedor do escrutínio, que subiu de 10 deputados para 21 e de quinta para segunda força política.“Estou alegre pelo partido, mas preocupado pelo país, pelas pessoas, pelo futuro e pela economia”, afirmou o líder da ERC, Oriol Junqueras(...)
No próximo Parlamento catalão estarão ainda outras três forças políticas: a ICV-EUiA (que junta a Iniciativa Catalunha Verdes – soberanista – à Esquerda Unida – federalista), com 13 deputados, mais três do que em 2010; o partido Cidadãos (centristas não nacionalistas), que também regista uma subida muito significativa, passando de três para nove deputados; e a grande novidade destas eleições, a Candidatura de Unidade Popular (CUP), independentistas de esquerda que apesar de terem uma presença significativa em algumas cidades nunca se tinham apresentado a votos numas eleições autonómicas. O Parlamento catalão que sai desta ida às urnas tem uma clara maioria soberanista, mas este voto fragmentou-se agora entre quatro partidos de ideologias muito distintas: CiU, ERC, ICV e CUP.
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fonte: La Vanguardia |
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