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Abaixo (ver) estão as notícias, as fotos do Público, do DN. Referem-se factos e números. Explica-se o 'organismo' europeu que há-de vir em nosso socorro. Contabilizam-se os operacionais, os veículos, as aeronaves. E ponto.
Abaixo (ver) estão as notícias, as fotos do Público, do DN. Referem-se factos e números. Explica-se o 'organismo' europeu que há-de vir em nosso socorro. Contabilizam-se os operacionais, os veículos, as aeronaves. E ponto.
Falta saber o PORQUÊ das coisas, fazer a exaustiva e honesta análise das CAUSAS. E falta RESPONSABILIZAR e PUNIR quem tem culpas no cartório: pirómanos, autarcas, governantes centrais. Falta sobretudo PREVENIR , evitar a todo o custo repetições deste inferno, ano, após ano, após ano.
Lendo as notícias, duas questões se me põem, logo assim à partida:
- Portugal parece ser o país que mais vezes precisou do "Mecanismo Europeu de Protecção Civil". Porquê?!
- Por que não se explicam as razões deste flagelo anual, se calhar evitável?
Na minha ingénua visão, a relação de causa-efeito afigura-se-me clara e tem duas vertentes:
- a progressiva desertificação do interior
- o corte nas despesas relacionadas com a prevenção de incêndios, nomeadamente a (quase?) extinção do posto de guarda florestal.
Segundo a imprensa, os incêndios mais preocupantes lavram agora nas seguintes 4 freguesias. Pondo de lado condições atmosféricas (que serão semelhantes noutros locais dos mesmos concelhos), o que eu faria, sendo jornalista, era, por exemplo, procurar similitudes entre as regiões fustigadas. Vejamos, assim de repente e apenas com os recursos disponíveis na net, nalguns casos bem escassos...
P: incêndio no c.de Ourém(Foto: Manuel Roberto) |
Ribeira do Fárrio, concelho de Ourém
A Ribeira do Fárrio tem 20,5km2 de área com 1500 habitantes, aproximadamente (censos 2001). É uma área predominantemente rural. Desde há várias décadas que os proventos da terra deixaram de bastar para a realização dos habitantes. Surgiram então alternativas, como a emigração e a migração, a indústria da construção civil, a extracção de areia, a extracção e serração de madeiras, a carpintaria mecânica, a pecuária, comércio e outros serviços.
Como consequência destas mudanças, hoje apenas alguns campos permanecem cultivados, a maioria dos moinhos de água já não funciona, e diminuiu, também, o número de lagares de azeite a funcionar. - fonte
Carapinha, concelho de Tábua
A Carapinha é uma freguesia portuguesa do concelho da Tábua, com 9,49 km² de área e 405 habitantes (2001). Densidade: 42,7 hab/km². -- fonte
Valongo do Vouga, concelho de Águeda
39,61 km² de área e 4 901 habitantes (2011). Densidade: 123,7 hab/km².
É a maior freguesia do concelho e a 2ª em população, mas apenas a 14ª em densidade demográfica.-- fonte
Situa-se no noroeste do Concelho. É uma zona de planalto que se estende pelas abas da serra das Talhadas.
Área: 43,7 Kms2
Habitantes:
Ano | 1960 | 1970 | 1976 | 1979 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
Nº Habitantes | 3688 | 3863 | 4422 | 4695 | 4538 | 4754 | 5002 | 4901 |
fonte
Serra, concelho de Tomar
33,52 km² de área e 1 191 habitantes (2011). Densidade: 35,5 hab/km².
De acordo com algumas notícias veiculadas nos orgãos de comunicação social do Concelho de Tomar, a freguesia da Serra de Tomar, sendo banhada pelas margens da Albufeira do Castelo do Bode (formada pelo Rio Zêzere), depara-se regularmente com faltas de abastecimento de água da rede pública. (....)
Grande parte da população mantém-se ainda desolada por ser exactamente dessa grande albufeira (com que convivem muitas vezes ao fundo das suas propriedades), que está o maior reservatório nacional de água potável que abastece 3 milhões de portugueses (Lisboa e Vale do Tejo), mas regularmente não é suficiente para abastecer os cidadãos da freguesia.
Também a rede viária (...) continua a ser incompreensivelmente afectada na sua principal ligação com o mundo. Nomeadamente numa travessia em ponte, cuja data de construção não é certa, na zona de Valdonas, já perto da cidade de Tomar. Essa ponte só permite a passagem de um veículo ligeiro ou pesado de cada vez e num só sentido. Os acidentes de viação nesse local não são raros. E a população não compreende como é que sendo a Junta de Freguesia e a Câmara municipal nas mãos do mesmo partido (PSD) não consegue encontrar uma solução.
as notícias:
03.09.2012 - 14:00 Por Lusa, PÚBLICO
Protecção Civil
Portugal vai pedir apoio europeu por causa dos incêndios
A Protecção Civil portuguesa vai pedir o apoio do Mecanismo Europeu de Protecção Civil por causa da actual situação operacional em Portugal, onde o fogo mais preocupante continua a lavrar em Ourém, revelou nesta segunda-feira esta entidade em comunicado.
Aquele mecanismo, segundo a página da Protecção Civil na Internet, destina-se a reforçar a cooperação em intervenções de socorro que exijam operações urgentes, quer dentro da União Europeia, quer noutros países.
(....)
“O Mecanismo Europeu de Protecção Civil foi já activado por inúmeras ocasiões de emergência real, sendo de destacar o sismo na Argélia (2003), as cheias no Sul de França (2003), o sismo no Irão (2003), o sismo em Marrocos (2004), os incêndios florestais em Portugal (2003, 2004 e 2005) e o tsunami no sudoeste asiático, entre outros”, destaca o site da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Na nota agora divulgada, a Protecção Civil adiantou que às 12h estavam activos nove incêndios em Portugal, que mobilizavam 1711 operacionais, 489 veículos e 13 aeronaves.
O incêndio que era considerado mais preocupante lavrava na freguesia de Ribeira do Fárrio, no concelho de Ourém (...) Também preocupantes eram considerados os incêndios de Carapinha, no concelho de Tábua (distrito de Coimbra), o de Valongo do Vouga, no concelho de Águeda (Aveiro), e o de Serra, no concelho de Tomar (Santarém). -- fonte
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Sete fogos lavram em Portugal
Incêndios cortam A1 junto a Aveiro-Sul nos dois sentidos
por Texto da Agência Lusa, publicado por Patrícia Viegas Hoje - aquiIncêndios
Dois novos grandes fogos lavram em Tábua e Mangualde
Dois incêndios, nos concelhos de Tábua e de Mangualde, tiveram início hoje de manhã, juntando-se aos outros quatro grandes fogos ainda ativos pelo país e mobilizando no total quase 1000 operacionais.
Entre as 05:00 e as 05:30 de hoje, a Proteção Civil registou mais dois grandes incêndios, o primeiro na localidade de Pedreles, concelho de Mangualde, onde estão 57 bombeiros e operacionais a combater duas frentes de fogo, e o segundo em Carapinha, concelho de Tábua.
Estes incêndios, a lavrar em floresta, está a ser combatido por 87 bombeiros e 22 operacionais, estando ativo em três frentes.
No total, e de acordo com o site da Autoridade Nacional da Proteção Civil, está em curso 19 incêndios no país, mas o site apresenta aqueles que duram mais de 2 horas ou são combatidos por mais de 10 veículos operacionais ou 3 ou mais meios aéreos pesados.
A Proteção Civil adianta ainda continuarem ativos outros quatro grandes incêndios, sendo o maior em Ourém, onde estão 371 operacionais, dos quais 327 bombeiros, e 100 veículos operacionais a combater uma frente de fogo.
Estão ainda a lavrar grandes fogos em Salgueiro, concelho de Águeda, Carragozela, em Seia, Carapinha, em Tábua, e Amoreita, em Tomar. -- fonte
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1 comentário:
Sempre,sempre,os mesquinhos interesses e a ganância.
Desertificação do interior,claro.
Eucaliptação do país.
Apropriação,indevida,dos baldios com graves prejuízos para as populações,fim do pastoreio e da recolha de lenha.
Etc..
É preciso devolver o campo ao povo e interessá-lo na sua defesa.
Prender e julgar,não os incendiários só,quase todos humildes e insanos,os mandantes,os grandes beneficiários.
Um abraço,
mário
Post scriptum:
Por aqui ameaçam-me,quase todos os anos,que queimam a quinta,às vezes queimam,são os senhores da caça,ninguém lhes toca.
http://trepadeira-trepadeira.blogspot.pt/2012/07/diabinhos-e-incendios.html
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