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04/06/12

direitos e futebol

recebido via e-mail, tel-quel: 

SUBSÍDIOS FÉRIAS E NATAL 2012 - Dec.Lei não foi revogado!
Dec. Lei n.º496/80 de 20 Outubro

Os nossos governantes e a Troika desconhecem isto!!!!  Não tiveram tempo para consultar este decreto-lei uma vez que data de 1980.....
Como pode o Governo Central retirar os subsídios de férias e de Natal se o Decreto Lei nº. 496/80,o qual não foi revogado, no seu artº.17, diz que os mesmos são inalienáveis e impenhoráveis?
É um direito inscrito na constituição que nos estão a tirar! 
Faz a tua parte e divulga o máximo que te for possível. 
Estes senhores com estas medidas andam a apalpar a nossa reacção. Já vimos que são fracos com os fortes e fortes com os fracos, e se sentirem que os fracos são mesmo fracos, então meus amigos, estamos feitos e depois não se queixem!
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Ora muito bem, eu divulgo. Eu repasso. Eu não acredito que alguém vá reagir. Eu, a bem dizer, já não acredito em nada, nenhum atropelo à lei, à Constituição, me surpreende. Desde os tempos do Sócrates-dito-engenheiro e sobretudo da megera Lurdes Rodrigues que tenho visto direitos adquiridos e inalienáveis serem paulatinamente espezinhados sem a sombra de um remorso ou um assomo de vergonha; sem manifestações de repúdio acima dos mínimos-para-apaziguar-consciência-só, ao fim e ao cabo inócuas, como parece ser o fado de um povo que reage nas franjas e por curtos impulsos, dir-se-ia eléctricos. Acaba-se a corrente e vamos todos ao que interessa: o futebol, senhores! Abro os jornais, faço zapping na TV, para qualquer lado que olhe sou agredida pelo novel mote nacional, "Corre, Portugal": a bendita da selecção, a prioridade das prioridades, a solução para a crise, a razão de ser do bom povo português!
Disseram-me que a selecção deste país é  a mais bem instalada em hotéis de super-luxo, a que mais dinheiro gasta, a mais perdulária. Não verifiquei a  informação, como não apurei da veracidade do tal decreto-lei de 1980, se foi ou não revogado. A possibilidade de me espantar com as coisas da política, a sociedade, está na razão directa da esperança que desconsigo acalentar, relativamente ao que quer que seja.

Acho todos os políticos uns farsantes (não o fossem, e perante esta ignomínia instalada, consentida, auto-legislada, já se teriam demitido ..). Para mim, o Estado que temos há muito deixou de ser pessoa de bem, as instituições, todas elas, só existem para nos tramar. O que queria, eu, era dispensar ad-eternum o governo como o fizeram os belgas, reduzir tudo a escombros e refazer do nada assim ao jeito dos islandeses. Pudesse eu, e obrigava os senhores deputado-legisladores, os senhores ministro-desavergonhado-ignorantes, os senhores presidente-aproveitadores mais os senhores banqueiro-usurários a provar das suas envenenadas receitas. Todos os dias me crescem ímpetos terroristas que insublimo em depressão, impotente.

Ah, mas não o grosso dos meus compatriotas! Os meus sempatriotas exultam com as promoções-pingo-doce em Dia do Trabalhador, os concursos da treta, a xaropada das novelas e dos reality-shows, o engodo do euro-milhões. Os meus sempatriotas, agora, respiram por balões de oxigénio: os festivais de verão, o mundial. Oh, sim, o mundial!!! Novos e velhos, desempregados e explorados, espoliados uns e outros de direitos, dignidade, futuro, os portugueses farão, por uns tempos, uma tábua muito rasa de toda a miséria última. Assim como um interregno na crise ou na vida mal-vivida. E da pressuposta penúria brotarão espectadores para os rock-in-rios, os super-bock-rocks, os estádios de futebol, contados em milhares, preços exorbitantes.
Esquecidos da crise, os portugueses que o são vestirão orgulhosos o vermelho e verde da sua bandeira, a tribo ululante do totem futebol, a crença que se apressarão a ostentar nas janelas nos carros nas ruas em arrobos de ultra-nacionalismo. E todos unidos neste opiácio fervor cantarão laudas à selecção que é a deles, gloriosa sempre, ainda que perca. Não interessa. Enquanto durar o circo, os milionários jogadores darão sentido às tristes vidas dos portugueses. Os ronaldos ronaldinhos e ronaldões são eles, o zé, o povo-povão. Falidos, mas ricos de devoção. Frenéticos de adrenalina e orgulho nacional-vá-se-lá-saber-porquê hão-de vitoriar os seus guerreiros de chuteiras, esses que hão-de exorcizar a bruxamerkl, a troikamalvada, o coelho dos passos bêbados e da equipa da treta, o bem-instalado silva, o secreta e o interpretativo relvas, as trapaças, os bpns e as lavagens suíças, os sorvedouros todos.
E viva o  futebol! O futebol  é  o nobre povo lusitano, nação valente, heróis do relvado, agora sim. Ele é a alma deles lavada de tristezas, a crise longe por uns tempos. 
Pois então corre, Portugal. É assim que vais longe, vermelho e verde, anestesiado como convém, e amarelo.
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2 comentários:

trepadeira disse...

Pois corre com eles,e depressa.
O "quatro almas" tem uma fotografia que diz tudo.

Aqui há uns anos,aquando daquela febre abrasileirada que pelos vistos ficou da bandeira na janela,bombardeado,até à exaustão,da nossa,nossa,decidi por um anúncio de jornal a dizer que vendia a parte que me queriam impingir,à força,e oferecia o valor para abater ao défice.
Não houve interessados mas trombas,mais que muitas.

Um abraço,
mário

AL disse...

olá Mário!

É verdade, não há pachorra, nem dá para entender como é que esta gente que agora procura comida no lixo só reúne energias para a m* do futebol! Fossem elas dirigidas para o q realmente interessa, e muita coisa mudaria neste lodaçal..
Tinhas razão, a fotografia do "quatro almas" (q. eu ñ conhecia..) diz tudo, roubei-a! :-)
Quanto ao teu anúncio, parabéns! A mim não me ocorreu.. e, já agora, quanto mais trombas, melhor! É sinal de que fizeste mossa! E sp acabaste por vender a tua parte, só q pro-bono..:-)
Abraço, obrigada por vires aqui!
Ana