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08/01/16

a Europa - a Europa?

retirado do facebook:

por Carlos Esperança

A Europa no turbilhão de todas as tempestades


A Europa, a velha Europa, que depois da Guerra dos 30 Anos, da miséria, da ruína e do sangue derramado nessa primeira metade do século XVII, impôs a liberdade religiosa e a paz, em Vestefália, está hoje paralisada pelo medo e má consciência, a hesitar entre o comunitarismo falhado e a civilização cujo respeito teme exigir a quem chega.

A União Europeia foi a maravilhosa utopia que os nacionalismos eliminaram, e a moeda única a aventura que rivalidades económicas, fiscais e políticas debilitaram. A ausência de integração social e económica, frustrando a coesão, acelerou a desunião. Nem uma política migratória comum consegue. A Europa apenas se uniu para desintegrar a Sérvia depois de ter cometido igual crime na Jugoslávia.
A Ucrânia foi a última aventura ofensiva, mal sucedida, contra a Rússia cujas afinidades civilizacionais a geoestratégia rejeita. Prefere a Arábia Saudita que preside ao Conselho da ONU sobre Direitos Humanos, uma sórdida manifestação de humor negro a sugerir a nomeação de assassinos para os corpos sociais das Associações de Apoio à Vítima.

A Europa do Renascimento, do Iluminismo e da Revolução Francesa retrocederá, com nacionalismos e rivalidades históricas à espera de uma oportunidade, quiçá com novos Kosovo(s) a servirem de entrepostos de drogas e campos de treino para terroristas.

A Bélgica talvez produza três condados, Flandres, Valónia e Bruxelas; a Inglaterra, a Escócia; a França, a Córsega, onde os independentistas ganharam as últimas eleições regionais; a Espanha, a Catalunha, o País Basco e a Galiza numa monarquia que o genocida Franco impôs; a Itália, sem Garibaldi que lhe valha, parte-se ao meio. Valha-nos Portugal onde as Berlengas e os ilhéus das Formigas serão sempre portugueses.

Espero não ser coagido a rezar, após seis décadas de abstinência severa, voltado para Meca, Roma ou, em maratona pia, a caminho de Fátima.

A Europa laica, cosmopolita e democrática corre perigo.

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