Dinheiro Vivo
FMI diz que afinal
teria sido melhor reestruturar a dívida de Portugal
O Fundo Monetário Internacional está a rever a excepção que permitiu emprestar dinheiro a Portugal, Grécia e Irlanda sem uma reestruturação da sua dívida. No início dos resgates houve dúvidas relativamente à sustentabilidade da dívida destes países, mas foi possível evitar a reestruturação. Agora, essa possibilidade pode acabar.
de Maurits Cornelis Escher |
De acordo com um artigo apresentado ao Conselho Consultivo do FMI, e hoje citado pelo Jornal de Negócios, técnicos desta instituição defendem que existem vantagens em reescalonar as dívidas quando existem dúvidas de sustentabilidade.
No ano passado, a instituição chegou a mencionar o "erro" de não se ter renegociado a dívida grega no início do primeiro resgate. E agora, este técnicos mostram que Portugal e a Irlanda teriam saído a ganhar se tivesse havido uma renegociação.
O que o documento - The Fund's Lenging Framework and Sovereign Debt - refere é que a excepção criada para a Grécia (e posteriormente a Portugal e Irlanda), e que permitiu saltar a renegociação de dívida, foi demasiado rígida por "implicar uma reestruturação de dívida definitiva". E propõem que seja eliminada para dar lugar a uma nova regra que diga que deve haver reestruturação sempre que existirem dúvidas relativamente à sustentabilidade da dívida.
"Comparado com um resgate simples, um reescalonamento pode expandir o financiamento de curto prazo para um país sob pressão e permitir um ritmo mais gradual de consolidação orçamental", diz o documento citado pelo Negócios.
Em 2002, o Fundo Monetário Internacional estabeleceu uma regra uqe diz que qualquer empréstimo - como o português - implica uma avaliação prévia da sustentabilidade das finanças públicas. Se essa sustentabilidade for atestada, o empréstimo pode seguir sem problemas, mas caso isto não aconteça, terá de ser acompanhado de uma reestruturação.
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