16 de Março de 2014
por Carlos Cipriano
A coluna militar que marchou sozinha para fazer um 25 de Abril 40 dias antes
Cumprem-se neste domingo 40 anos sobre o golpe das Caldas da Rainha, "abortado" já perto de Lisboa quando o Regimento de Infantaria 5 percebeu que, afinal, avançava sozinho.
O comandante do cerco dá ordem de rendição ao Regimento de Infantaria 5
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Houve má camaradagem no 16 de Março, ditada pelo “salve-se quem
puder” quando o quartel das Caldas estava cercado e os oficiais se deram
conta que estava tudo perdido. Alguns não disfarçaram o medo, muitos
sentiram-se desorientados e poucos se mantiveram firmes. Mas a ética
castrense impede, mesmo 40 anos depois, que se aponte o dedo aos que
tiveram um comportamento menos digno, apesar de alguns deles se
mostrarem hoje vaidosos por terem participado num golpe que visava
derrubar a ditadura.
É certo que não era fácil para um grupo de jovens
oficiais afrontar um regime repressivo que acabaria – nesse dia – por
levar a melhor. Consta que na messe de oficiais do RI5, pouco antes da
rendição, as bebidas já se tinham esgotado. O dia acabara mal e o
ambiente, na hora da rendição, era bem diferente do entusiasmo febril
que ali se vivera durante a madrugada.
A história começa no dia
anterior, 15 de Março, às 21 horas, quando a mulher de um dos oficiais
do regimento vem à porta de armas do quartel entregar uma mensagem para o
marido. No envelope vem a Ordem de Operações enviada por telefone por
um major do Movimento das Forças Armadas o qual, vindo de Lisboa já se
encontra a caminho das Caldas para o confirmar presencialmente. A
mensagem diz que unidades do Norte se sublevaram e marcham sobre a
capital e que o Regimento de Infantaria 5 deverá dirigir-se também para
Lisboa para ocupar o aeroporto. --- continuar a ler aqui
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