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06/08/13

a espécie humana é basicamente má ?


Foi há 68 anos, num mês de Agosto:
HIROSHIMA (6)  e  NAGASAKI (9)


Foi .. injustificável.

Uma corrida contra o tempo para ver quem matava mais, americanos ou russos, bombas ou lutas no terreno.
Um alhear-se do sofrimento, homens, mulheres, crianças, velhos e jovens todos inexistindo, todos sem peso em tudo o que fosse decisão política ou operação militar. 
A pele que lhes pendia como panos brancos dos membros e do tronco, os que não foram logo pulverizados, multiplicando-se na terra aquele inferno de primeira vez. E o de segunda ..
As feridas impossíveis, eles todos, recusados, "sujos" onde lhes não conheciam a doença, muito menos a cura.
Crimes de guerra não assumidos, inimputados.
Miséria de raça, miséria.

Hoje, 9 países têm a bomba atómica. O arsenal mundial é constituído por 20 mil ogivas, o suficiente para matar toda a população da terra vezes e vezes sem conta  (fonte)
..

voz de Ney Matogrosso sobre poema de Vinicius de Moraes:
Rosa de Hiroshima



Em Agosto de 1945, duas bombas com nomes de brincadeirinha, Little Boy e Fat Man, uma de urânio, outra de plutónio, são lançadas com intervalo de 3 dias sobre duas cidades japonesas. O horror sem nome, os milhares de mortos e feridos no imediato, os efeitos radioactivos depois, os cancros, as mutações genéticas, o medo ..
Harry Truman, presidente dos EU, no dia do bombardeamento de Hiroshima, 6 de Agosto de 1945: «Having found the atomic bomb, we have used it. We have used it against those who attacked us without warning in Pearl Harbour.» - fonte   Resumindo: «já que a descobrimos, usámo-la.» . Assim, sem o mais pequeno laivo de um remorso..
HIROSHIMA, MON AMOUR, de Alain Resnais:

Três dias depois do horror de Hiroshima e alvo por azar, Nagasaki é atacada com uma 2ª bomba atómica. Porquê???
Basicamente, para testar a potência destrutiva do outro 'brinquedo' de guerra do Projecto Manhattan, a bomba de plutónio: «Scientists at Los Alamos were also intrigued as to which type of bomb was the better - a uranium or plutonium based bomb. 'Little Boy' showed its effectiveness at Hiroshima but another bombing mission was needed to see what damage a plutonium bomb could do.» - ler mais

Nagasaki: the forgotten bomb:

Dois massacres evitáveis, que aconteceram pelos joguinhos de interesses, a teimosia e a sede de poder e de hegemonia dos senhores da guerra do Japão, Estados Unidos e Rússia:
  • A prioridade dos EU, afastar a URSS (um "aliado pouco confiável") do Japão, assim contrariando a expansão Soviética no extremo Oriente: «- Pofessor Tsuyoshi Hasegawa: "Com a bomba atómica, Truman podia acabar a guerra sem os soviéticos." Mas, para isso acontecer, os EU tinham de lançar a bomba antes de 15 de Agosto, a data em que a URSS  dizia que se juntaria aos EU na guerra contra o Japão.»
  • A aspiração da URSS, estender o seu domínio aos territórios ocupados pelos Japoneses, nomeada e principalmente a China. A invasão da Manchúria (ocupada pelo Japão) acontece antes do previsto e 'prometido', precisamente a 9 de Agosto de 1945, horas antes do ataque a Nagasaki.
  •  A preocupação n.º 1 do Japão, manter o imperador e o seu sistema político.
*
A história 'aceite' é de que as duas bombas sobre o Japão levaram ao fim da guerra, assim salvando milhares de vidas (americanas e japonesas) que, de outra forma, se teriam perdido com uma invasão por terra do Japão. 
Tsuyoshi Hasegawa, historiador, autor e professor na Universidade da Califórnia, St. Barbara, contesta o 'mito', depois de ter passado anos a vasculhar os arquivos americanos, russos e japoneses: «Não é o horror da bomba atómica que leva à rendição japonesa, mas sim a ameaça colocada pela invasão soviética. A entrada da União Soviética na guerra do Pacífico fez com que o imperador Hirohito percebesse como era perigoso continuar a guerra: comunismo e imperialismo não são compatíveis, e o sistema imperial estaria seriamente comprometido com os russos no terreno.»
--- mais informação no vídeo acima, do National Geographic Channel, Nagasaki, The Forgotten Bomb 


Barton Bernstein, historiador e professor na Stanford University: «o acto de lançar a segunda bomba atómica em Nagasaki depois da invasão soviética foi trágico e inteiramente fútil.»
 Nagasaki antes e depois da bomba:
fonte

 

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