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21/09/12

VAMPIROS, ZECA AFONSO

No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo 
Eles comem tudo 
Eles comem tudo 
E não deixam nada 

A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas

São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei

Eles comem tudo Eles comem tudo Eles comem tudo E não deixam nada

No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

Eles comem tudo Eles comem tudo Eles comem tudo E não deixam nada

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