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«Adão e Eva eram portugueses, estavam de tanga e só tinham uma maçã para comer e pensavam que estavam no paraíso...» fonte..
“JESUS ESTARIA CONTRA ESTA POLÍTICA DE SOUTIEN” Frei Fernando Ventura (1/12/2010)
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de uma página no facebook "inicialmente criada e desenvolvida por e para amigos do Frei Fernando Ventura." - aqui
Fernando Gustavo VenturaNasceu em Matosinhos, em 23 de Outubro de 1959.
Franciscano capuchinho, licenciado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa e em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, tendo sido professor de Sagrada Escritura no Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro.Colabora com a SIC, onde tem entrado em debates televisivos e sido entrevistado sobre temas da actualidade social, religiosa e política (...)
do blogue Timor Lorosae Nação, uma entrevista a não perder (excertos) :
LILIANA GARCIA – SOL
– 30 novembro 2010-11-30
Frei Ventura não tem papas na língua. Este franciscano capuchinho (...) não poupa críticas violentas aos políticos nem à Igreja. E considera que a revolta de Jesus, hoje, seria contra «aqueles que mamam à conta da res publica»
Onde andava o frei Fernando Ventura antes de se tornar um fenómeno na internet?
Quais são as situações que mais o revoltam?Ando aqui no mundo há 51 anos. Nasci em Matosinhos, na Senhora da Hora, e tenho vivido como emigrante praticamente desde os 17 anos. Com essa idade, fui para França estudar Medicina. Passado um ano voltei e fui para o seminário. A minha vida tem sido muito mais no estrangeiro que cá. Sou biblista, faço tradução simultânea, trabalho para a Ordem dos Capuchinhos, para a Ordem Terceira, para a Federação Bíblica Mundial. No ano passado, o sítio onde estive mais tempo seguido foi no Peru, durante três semanas. Fiquei conhecido por ter comentado, na SIC, o livro de Saramago, Caim, que gerou alguma polémica. O que está por detrás da riqueza dos conceitos de Caim e Abel é alguma coisa de fabuloso. E criou-me estranheza que um homem que se dizia de esquerda não fosse capaz de ver que o que está ali é a maior denúncia da injustiça social. Partindo da etimologia, Caim é o que possui; Abel é o que não é nada.
Revolto-me muito. Tenho mau feitio.(...)Temos uma estrutura social e política montada no penacho, no compadrio, na corrupção legal. Não temos partidos com linhas políticas, temos partidos com gatafunhos ideológicos. Isto dói-me muito. A política não pode ser profissão, tem de ser serviço.(...)Parece que está tudo maluco. Costumo dizer que metade do mundo está maluco e a outra metade toma pastilhas.(...)Ter uma sociedade de gente que pensa é muito perigoso. Ter uma sociedade de gente que pensa que pensa é fantástico. Temos aí as Novas Oportunidades para isso. Nós andamos sempre à procura do pai e à espera que este nos pegue ao colo. Se alguém fizer aquilo que me cabe a mim fazer, bato palmas e fico contente.(...)Agora, existem, de facto, opções pastorais que (...) pegam naquilo que a Igreja tem de pior, que é o transformar alguém em alguém que tem uma religião. A coisa pior que lhe pode acontecer a si, ou a mim, é termos uma religião. Eu não tenho uma religião; a religião é que me tem a mim.(...)Este desafio de construção de fraternidade, quero reclamá-lo para mim e para toda a gente. E se eu tenho um partido, deixo de ser livre. Sou formatado para o disparate, como a quantidade de deputados que temos na Assembleia da República, que não servem para nada. Da segunda fila para trás podiam ir todos embora. Não temos dinheiro para alimentar aquela gente toda.
A Sociedade Bíblica anunciou que iria oferecer exemplares da Bíblia a todos os deputados. Enquanto especialista em assuntos bíblicos, que leituras da Bíblia lhes recomendaria?
Do princípio ao fim. Desde logo, leria o texto dos vendilhões do templo. Há alguma perda do sentido do texto a partir das traduções que temos. A partir do original grego percebe-se que a grande fúria de Jesus é contra os vendedores de pombas. Porquê? As pombas eram o sacrifício, o gesto ritual litúrgico permitido aos mais pobres porque era o mais barato. Os muito ricos podiam oferecer uma vaca, os assim-assim podiam oferecer um carneiro ou uma cabra e os pobres uma pomba. A grande revolta está contra aqueles que, a partir da religião, oprimem os mais pobres. A revolta de Jesus hoje estaria, e está, contra aqueles que, tendo obrigação de cuidar da res publica, mamam à conta da res publica. Desculpe a vulgaridade, mas temos uma política de soutien: apoia a direita e a esquerda e mama das duas. Quem se lixa é o capim. Em África, há um ditado que diz que, quando os elefantes lutam, quem se lixa é o capim. E a todos os níveis nós estamos como capim: ora veja-se o elefante da senhora Merkel (......)
-- ler entrevista completa
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